Pra não dizer que não falei das flores

Ao som de: Nirvana - Come as you are

Se a Vivi ainda estivesse em Caxias, a gente ia provar pra ela que pode acontecer muita coisa numa terça feira. Fiquei o dia inteiro vegetando pra ir tomar umas biras no copa na noite. É legal como pessoas com as quais eu nunca conversei direito se mostram divertidas e amigas. Talvez seja a cerveja, sei lá.

Lua cheia no céu e eu pensando sobre o amor. E sem cigarros. Assim que eu gosto: quando são 3 horas da manhã e eu me sinto vivo e louco. Deve ser uma felicidade latente. Bom, lá vai: Se eu fosse olhar as coisas de forma superficial, eu diria que o amor é um relacionamento. Mas quando a gente entra em contato com o nosso lado mais íntimo o amor torna-se um estado, e não um relacionamento. O amor não ocorre entre mim e outro alguém. Chega um ponto em que o amor é um jeito de viver. Mesmo quando eu estou sozinho, sentado embaixo da chuva, serei amoroso. Sozinho, solitário, sem ninguém ao meu redor, ainda assim eu serei amoroso.

É como uma flor que cresce num caminho desconhecido. Ninguém passa por ali, mas a flor continua a espalhar seu perfume. Não importa quem passar por ali, a flor dará seu perfume, tanto para um rei quanto para um mendigo. E se ninguém passar, mesmo assim a flor continuará a espalhar seu perfume. O perfume é o modo de ser da flor, não é um relacionamento.

Quando o amor é um relacionamento, ele cria miséria. Quando o amor é um modo de ser, ele só cria alegria.

E mesmo que eu fique o dia inteiro sem fazer nada, eu me alegro por descobrir coisas óbvias na madrugada. Descobri que o mundo permanece sempre o mesmo, mas quando eu mudo, tudo muda junto. De acordo comigo, meu universo torna-se diferente. Tudo muda a meus olhos quando eu mudo. E tudo que eu sinto aqui dentro, sinto também ao meu redor. Se minhas raízes forem boas, tudo será bom. Se houver maldade nas minhas raízes, toda existência será um inferno. Depende de mim. O mundo sou eu, ampliado.