terça-feira, 31 de agosto de 2010

Pela tropeçada.


Um livro de poesia na gaveta não adianta nada.
Lugar de poesia é na calçada
Lugar de quadro é na exposição
Lugar de música é no rádio
Lugar de samba é no asfalto.

É bom estar de volta

Ao som de Tool - Pushit

_____Agosto terminou, eu creio que é hora de nos despedirmos de novo. Fiquei longe durante o mês e admito que tu fez um ótimo trabalho decidindo tudo. Não me meti em nenhuma decisão, acreditei no teu julgamento, tão mais sensato que o meu, e acreditei também que a influência do Lopes não deixaria a loucura se ausentar. Como sempre, sei que vamos discutir sobre quem fica com o que. Da minha parte, acho que tu leva o Lopes e me deixa apenas com esse sorriso. Vou precisar dele. De resto, nós dois sabemos que tudo que foi aparentemente conquistado nesse mês não significa absolutamente nada. Continuamos sem ter nada. Continuamos acreditando no ser em vez do ter, mesmo que isso soe como uma justificativa para nossas falhas em ter alguém. Aceito teu pedido de que eu leia um livro, considerando o bom serviço em parar com cigarro e bebida. Fica a idéia de que não há espaço para nenhum romance, mesmo havendo espaço para sentimentos. Sempre perco meus amarradores de cabelo no melhor lugar do mundo. Há coisas que mudam e coisas que não vão mudar nunca.

_____Agosto é sempre assim, o Vento e o Tiago sentam e discutem, sem jamais chegar a um acordo. Mas minha vida sempre acaba se decidindo em agosto. E assim foi.

domingo, 29 de agosto de 2010

Gosto de morango.

And I love when the plan come togheter...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Por mais aleatórias que as coisas possam parecer, sempre há um plano.

O som de Engenheiros - As vezes nunca

_____Depois de tentar negociar com as nuvens e ver que o que eu pedia era impossível, liga pra todo mundo, lá em cima e lá embaixo perguntando se havia neblina e se dava pra ver as estrelas. Tudo prá ver Marte grande. E eu já vi isso tantas vezes, mas dessa vez seria especial. O fato é que estava chovendo no estado inteiro e eu não ia conseguir nenhum lugar mais alto que 2km para conseguir ver as estrelas. Fica pro ano que vem. Sempre há uma estrela vermelha no céu entre julho e agosto.

_____Antes de tudo isso, conversa com o Barão. Eu tenho o melhor professor do mundo, dentro e fora do sistema temperado.

_____Há uma carta que vou mandar. Sempre fui assim, precisando de excessões para dar sentido as minhas regras.



Parabéns! Que esse e todos os outros aniversários sejam perfeitos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Então eu encontrei o Wally

Numa madrugada de terça feira, meu presente e meu passado podem se encontrar.

E depois de encontrar a mim mesmo, eu posso encontrar meu presente.

A felicidade está no querer. E te falo em querer.

A propósito: Eu desisto das ironias, essa madrugada foi demais prá mim. Ironicamente eu estava exatamente onde e com quem deveria estar.

No meio de tudo, lembrei dessa música:




Se em uma fração nos parecêssemos
Se algum som nos fosse comum
Se a comunhão nos abrigasse, da mesma noite, mesma chuva
Se me coubesse feito luva, se eu procurasse a tua mão
Eu ficaria aqui pra sempre, sempre seria diferente
Cada dia a dia amanhecer.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Um nóia me achou amigável

Nunca termina. É como música. As coisas não terminam, elas fluem. No meio da madrugada sem sono, eu estava com um livro de partituras imaginando melodias. Até ligar a tv e dar de cara com o filme do Beethoven, com ele regendo a parte que eu mais gosto da 9 sinfonia. Com coral e tudo. Acabei levantando, acabei tomando café, acabei lendo o jornal. E acabei rindo de um jeito muito meu ao perceber um vento familiar soprando lá fora.

Senhor de mim, mesmo sem coroa.
Eu tenho um reino.

E lá vou eu pros lencóis psicodélicos.
Já não era sem tempo.

domingo, 22 de agosto de 2010

E o chá desapareceu...

Ao som de Cross Canadian - Constantly, é lógico

_____A febre deu uma trégua e, de algum jeito, depois de 3 dias terríveis, eu encontrei um pouco de paz. Comecei uma justa e necessária faxina no meu quarto. Muita coisa prá jogar fora, muita coisa fora do lugar. Tudo tão desorganizado quanto eu estava. Isso de ajeitar meu pequeno mundinho sempre faz com que eu ajeite um pouco meus pensamentos. Não que eu tenha descoberto alguma nova verdade absoluta ou algum novo atalho para chegar onde quero. Na verdade continuo com as mesmas dúvidas, os mesmos medos e os mesmos "não sei"s. Mas agora isso já não é o fim do mundo.

_____Madrugada num bunker laranja. Alguns ensaiando milongas, outros jogando futebol. Achei que estaria seguro ali. Surpresa: não, não estava. Um pouco antes do amanhecer um redemoinho de acontecimentos rebateu em mim. Pensando agora, acho até que não reagi do jeito certo, mas reagi muito melhor do que seria de se esperar. Tem coisas que doem fundo demais e eu ainda não consigo me comportar como se não doesse. Mas veja só, nasceu um dia lindo sem se importar em nada com toda minha confusão. O mundo não pára pra que eu me resolva.

_____A única raiva que eu sinto continua sendo de mim mesmo, pelos mesmo motivos do que a outra vez. Mas eu sou assim, podem me chamar de pirralho, de loser e de otário, mas ninguém pode tirar de mim o que eu sou. Ninguém pode tirar de mim o carinho que eu tenho pelas pessoas que eu gosto ou meu pouco caso com quem não gosto. Não fico contra a maré porque quero ser diferente. Se estou aqui, cansado e tomando muita onda na cabeça, é porque eu acredito. E porque não sei (nem quero aprender) desistir daquilo que acredito. Sou bem pior que o Sancho, consigo ser muito mais fiel mesmo sabendo que não são moinhos.

_____Cheguei em casa e dei de cara com a minha cama arrumada com lençóis psicodélicos. Acabei por nem me importar em dormir sozinho. Liguei o computador prá ver a foto do desktop do mesmo jeito que as vezes acordo no meio da madrugada e vou no banheiro conferir se as minhas asas ainda estão tatuadas. Entre pouca vogal e Cross canadian, coloquei uma chaleirada de água prá esquentar e resolvi que ficar subindo e descendo escalas seria mais útil do que dormir. Eu dessarrumo a cama uma outra hora

_____Maybe a VERY LARGE TOO MUCH.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Frio, muito frio

Subi no palco tremendo. A febre veio para ficar.
Expliquei pro Virgílio que poderia ser bem pior.
Meu ombro pedindo mais antiinflamatório
Meu estômago pedindo água, meu cérebro cafeina.
Uma águda de hortelã e uma coca.
A água de hortelã tinha gosto de cidreira.
A resenha veio forte. Não posso nem reclamar, fui eu mesmo que comecei. E a resenha é livre.
O show acabou 1h. 1:05 eu estava em casa tomando chá.
Wish you were here quase me derrubou. Acho até que só não caí pq estou dopado de remédios.

Descobri um jeito de provar que estou falando a verdade. Chega a ser irônico de tão simples.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Depois da curva


_____Espero que o Alejandro e o Gaivota tenham conseguido entrar no estádio. Espero, aliás, que eles ainda estejam vivos. Da minha parte, show do Pouca Vogal com dois anjos da guarda do meu lado. Fico impressionado coma atitude de respeito que o 1berto inspira. Todo mundo canta as músicas, mas canta baixinho, como para que não atrapalhar se de repente aquele alemão maluco resolva ter um lampejo de genialidade invertendo toda música. Assisti chorando de cantinho cantando todas as músicas, menos uma. Conversa séria entre o fim do durante e o começo do depois. Posso até estar enganado, mas esse depois vai ser longo. E eu vou provar prá ela que ela pode acreditar em mim. Por 60 segundos, ainda tenho uma aposta prá pagar. Pelo sim, pelo não, hoje eu durmo sorrindo.

_____Infinita Highway no final valeu, mas como essa já foi, a escolhida é:




_____Deixe-me dizer uma coisa que você já sabe. O mundo não é um mar de rosas. É um lugar ruim e asqueroso, e não me importo quão durão você é. Ele te deixará de joelhos e te manterá assim se você permitir. Nem você e nem eu, ninguém te baterá tão forte quanto a vida. Mas não se trata de quão forte vocÊ pode bater. Se trata de quão forte você pode ser atingido e ainda assim continuar seguindo em frente.
-Rocky Balboa

À toda ação corresponde uma reação de mesma intensidade,
mesma direção e em sentido contrário
-Isaac Newton

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

As cores vão berrando num sol ensurdecedor

Ao som do Pouca Vogal - A força do Silêncio

O chão do meu quarto está cheio de livros.
As vezes eu pego algum prá ler.
As vezes eu pego um prá tocar.

Eu tomo cuidado pra não pisar neles
E eles insistem em cair na minha cabeça.
As vezes machuca
Mas as vezes consola.

Eu fico lendo ou tocando com os pés pra cima.
A dor no ombro ainda me odeia, mas estou ocupado com outras coisas.



"A vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo."
-Frederico Nietzsche

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Nós já vimos esse filme e sabemos como acaba.


Eu chego a ter preguiça de escrever sobre o Juventude. Eu tento escrever e fico com a impressão que estou me repetindo. Escrevo "lanterna" e "jogando prá não cair" com a certeza que já escrevi isso antes. E tentaram contratar o Argel e ele recusou. ¿Que espécie de imbecil trocaria o time que está como líder do grupo pelo que está na lanterna? Se bem que, seria capaz do Argel aceitar. Minha aposta é no eterno retorno da papada: Ivo Wortman. Sempre ele. A piada pronta sobre os técnicos é que o Juventude já está pagando 5 técnicos diferentes.

Mais alguns números que impressionam: 22 jogos no ano. 2 vitórias. E mais alguns empates (vale lembrar que a torcida já considera empates como um baita resultado). Isso dá menos de 30% de aproveitamento. Essa porcentagem assegura o rebaixamento em qualquer campeonato. Mas os papos clássicos não concordam, estes ainda acreditam que o time vai classificar. A fórmula matemática é a mesma de sempre, o Ju precisa ganhar todos os seus jogos e os adversários diretos precisam perder todos. O resultado, todos sabemos, vai ser o mesmo de sempre.


E o Pioneiro (o jornaleco mimadinho da cidade) reclamando que está sendo censurando pelo glorioso. Isso me soa tipo uma discussão sobre quem tem o pai mais influente entre o filho do porteiro com o filho da puta que faz ponto na esquina.

Enfim, como eu venho falando desde o primeiro passo da longa e justa jornada do glorioso alviverde rumo ao seu devido lugar no futebol brasileiro:

Série D. Eu acredito.

Também eu tenho servido de agulha.

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

— Deixe-me, senhora.

— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

— Mas você é orgulhosa.

— Decerto que sou.

— Mas por quê?

— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?

— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?

— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...

— Também os batedores vão adiante do imperador.

— Você é imperador?

— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Não tenho certeza, mas isso me soou muito Machado de Assis.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O Lopes, a Guadalupe e a Baunilha.

Ou: Pode ser que amanhã faça sol.

Héfeso, seu maluco, finalmente entendi a armadura que tu me fez.
E dfigo mais, entendi até mesmo porque tu não me disse como ela funcionava.Não é que ela fosse fraca, eu que não sabia usá-la direito.

Um pé atrás é util. Se fosse eu, não tiraria ele de lá por nada.
Mas com os dois pés atrás, tu pode acabar caindo de nariz quando tentar andar pra frente

A rosa dos ventos indica uma mudança de postura chamada espreitar.E cada vez mais as estrelas me fazem sorrir
Tendinite no ombro incomodando no grau. Tenho consulta com o médico que ri da minha cara essa semana. Saudade de quando era só no pulso.

Ando sumido, mas tenho lá minhas razões: diário novo. Escrevendo lá as resenhas que são impublicáveis aqui. Tentando me entender em vez de me justificar.

Sigo assistindo Pouca Vogal como se não houvesse amanhã. Bem que o beto podia tocar Ilex Paraguariensis no show. Por se falar em música, encontrei a Resenha sábado e rolou um slipknot que salvou a noite. Olhos verdes, olhos verdes. E como eu fui teimoso. Poderia ter sido bem mais fácil se eu tivesse aceitado o trabalho em vez de tentar ficar fugindo.

A gente cativa e é cativado, e ninguém sai ileso do processo.

O juventude segue a passos largos para a série D. Mas sobre isso eu comento com mais calma na semana. E o inter vai ficar com mais uma libertadores.

Por último, mas não menos importante:

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Nós

Ensaio chato, depois reunião com o barão no laranja. Ouvindo Miles Davis e Piazzola. Uma ventania atravessada e uma chuva forte me mandando pro mesmo lugar.

Fazia tempo que eu não via o mar tão fora.

Um dos melhores banhos de chuva salgada da minha vida.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Uma noite no bunker

_____Já que a D. Morte estava pela cidade, havia um plano de seguir pro leste. Eu tinha até um compromisso na beira da praia durante o amanhecer. Mas se a idéia era me manter nos trilhos, havia na cidade uma pessoa capaz de fazer isso. E disposta. Eu tomei chimarrão com ele até as 5 da manhã trancado num bunker. E nós resenhamos o artista, a puta paraguaia, a barrabrava, o antigo sofá de molas, o eterno retorno, os riff mais grudentos que conseguimos tocar e a provável queda do glorioso alviverde para a série D.
E nós mesmos, já que não nos levamos nem um pouco a sério

_____Não vai ter geada. Está quente demais. Ainda há uma conversa séria agendada pra hoje e isso me preocupa um pouco. O mar pode esperar.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Lopes, mucho gusto.

Ao som de: Froner - Antigo sofá de molas

Cuida o meu sorriso

Me consegue um cigarro. Melhor, dois.

Padre nuestro que estás en el cielo...

"Eu sou o Froner e essa é a minha barrabrava. A gente vai tocar umas milongas prá vocês."

Sem frescura nem tabu. "Ela me puxa pro sul, ela moldou o meu jeito de ser e sentir."

Gaudêncio 7 luas. "Prá me aquecer mate quente, prá me esfriar geada fria. Não vai ficar prá semente quem nasceu prá ventania."

Trova da Casa. "Aquí me pongo a cantar al compás de la vigüela, que el hombre que lo desvela
una pena estraordinaria, como la ave solitaria con el cantar se consuela.
Mas que troço bem gaúcho, engambela a tristeza morena e aquerencia a solidão"

Los hermanos. "...y una novia muy hermosa que se llama libertad."

Potro sem dono. "Vai potro sem dono. Vai livre como eu."

"No contrabaixo, Lopes Maravilha." De olhos fechados eu sorria.

"Essa foi a saidera".

Mucha gracia.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Um vagalume

_____No meio da madrugada uma ligação com uma ótima notícia. Cheguei a sentar no chão para sorrir melhor. Depois uma mala notícia, que veio até pior do que eu esperava. Mas talvez o tempo me convença que a notícia é boa.

_____Mudei um pouco de livro. Um trecho do capítulo XXI. ¿Eu já disse que tem sempre uma repetição na minha vida né?

_____Foi o principezinho rever as rosas:
_____- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo.
_____E as rosas estavam desapontadas.
_____- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
_____E voltou, então, à raposa:
_____- Adeus, disse ele...
_____- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
_____- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
_____- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
_____- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
_____- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
_____- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

_____Eu não sei exatamente se vai ser pro leste ou pro sul, se vai ser o mar ou um rio feito de prata, mas depois do show do vagão, eu vou pegar a estrada.

_____Agosto segue. E eu também, mesmo que seja tropeçando. Andar mancando pra frente ainda é melhor do que andar pras trás.

_____Nunca me conceda descansar.

sábado, 7 de agosto de 2010

Seguindo estrelas

No meio de mais uma festa na contenção severa, saí correndo do vagão, e uns poucos que viram meu melhor sorriso entenderam.

Não consegui dar bom dia pro Seu Afonso, mas a idéia me pareceu ótima.

Ainda me pergunto se aquele era o lugar certo.

Ouvindo Cazuza, eu dei uma força pro Sol nascer. O dia promete.

UPDATE: Não, não era.

UPDATE 2: Contrle remoto de rádio não é telefone celular.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A melancolia é nossa casa

Ao som do sol e do repertório do Froner

_____Eu toquei ali escondido, atrás do Ton, num banquinho baixo e batendo o pé junto com o bumbo. Quem podia me ver, tinha visão privilegiada. Nem coloquei os cabelos na cara, mas coloquei minhas dúvidas e meus medos pra fora entre lágrimas e sorrisos. Todas as minhas notas com destino certo.

_____Sei bem que estou cansado, sempre soube que haveria um limite para o 'nunca me conceda descansar'. Mas só sei de um jeito de ter descanso, e, felizmente, ele não depende só de mim. Acabo pensando que sou uma mistura de um canalha com um pangó. E nessa mistura eu tenho o pior dos dois: A fama e as atitudes de um canalha e o jeito de gostar de um pangó. É como dizer que o gaúcho é o centauro dos pampas, só que não do jeito que todo mundo imagina e sim com a metade de cima sendo a do cavalo.

_____Meu pai me deu um lampião estragado e pediu ele funcionando como presente de dia dos pais. Não consigo entender, ele poderia consertá-lo em meia hora e eu já estou trabalhando nele faz 2 dias. Loucura é coisa de família mesmo. ¿E porque diabos ele precisa de um lampião.?

_____O caminho é uma senda que eu trilho sozinho. ¿Ou será que é o caminho que faz trilhar em mim.?

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Um bêbado trajando um pala me lembrou eu mesmo

É realmente incrível que nunca tenhamos ido para a banda oriental.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Life is Good

Ao som das nota sum pouco menos desafinadas do fretless e dos meus resmungos.

_____Sim, é o inferno, mas eu insisto em trilhar meu caminho aqui do que ficar andando sem rumo num paraíso qualquer. Pode ser que tenham destruído o teu mundo, a tua vida, o que tu sente e a tua vontade... tudo sem te dar escolha. Mas isso não serve como esquiva. Eu posso falar, eu errei e quase me perdi entre culpa e remorso. E depois eu ESCOLHI destruir tudo. Pintar uma pena de vermelho por uma questão de justiça. Espiar meus pecados e provar que eu ainda conseguia amar e que conseguia fazer sacríficios. Para poder me perdoar, me reinventar e seguir em frente. E eu sigo em frente sem saber o caminho. As estrelas tatuadas mostram o caminho.

_____
Eu sou o caminho, na verdade.

_____Madrugada fria. Sei que os arcos que ficam sempre esticados não atiram as flechas como deveriam. E lá fui eu de skate com o vento gelado na cara para desesticar. Eu estava quase arrebentando. Sempre me senti estranho andando de skate de calças, pegando embalo com o pé de trás. Cantando pouca vogal com o que chamaram de casaco emo, para não congelar as mãos. Não sei mais andar, ainda assim, descer a 18 continua fácil. Se eu estivesse fumando teria acendido um cigarro. Sò não abri mão de map of problematique tocando nos fones. Até escorreu uma lágrima, mas foi o frio. Até passei nos capuchinhos, mas não quis parar.

Na volta pra casa, um café o mais parecido possível com o do Starbucks, o que é muito irônico, considerando que eu nunca tomei um café da Starbucks. Meu quarto me lembra aquelas noites em que eu dormia com a perciana aberta, com o vento batendo no vidro. Não tinha como eu sentir frio. Não tinha como eu não dormir sorrindo. Se o mundo não me dá nada, eu me obrigoa acredito em mim. Às vezes 5 anos passam rápido, as vezes 1 semana e meia é uma eternidade. Lembrar que 'life is good' sempre fortalece.


E eu lembro de certas partes, de vez em quando.

"O que nem foi julgamento legítimo nenhum: só uma extração estúrdia e destrambelhada, doideira acontecida sem senso, neste meio do sertão. Ah, mas no centro do sertão, o que é doideira às vezes pode ser a razão mais certa e de mais juízo. Sertão é isso: o senhor empurra prá trás, mas de repente ele volta a rodear o senhor dos lados. Sertão é quando menos se espera; digo.
...
Julgamento - isto, é o que a gente tem de sempre pedir! Para quê? Para não se ter medo! É o que comigo é. Careci deste julgamento, só para verem que não tenho medo... Se a condena for às ásperas, com minha coragem me amparo. Agora, se eu receber sentença salva, com minha coragem vos agradeço. Perdão, pedir, não peço: que eu acho que quem pede, para escapar com vida, merece é meia-vida e dobro de morte. Mas agradeço, fortemente" [GS:V]

terça-feira, 3 de agosto de 2010

¿Em que contexto?

Ao som de deep purple - child in time

____Depois dos meus ensaios/marchadas nas noites de caxias, a resenha come solta com o barão do campo harmônico e arquiduque da resenha. Nas horas vagas eu me refiro a ele simplesmente como um amigo. Até porque ele sempre fortalece. E se eu sou o louco que fica ouvindo xícaras de café na madrugada, ele é o louco que coloca a xícara perto do abajur para ficar olhando a sombra que a fumaça faz na parede. Esse é o tipo de coisa que prova por A+B que nunca vou estar sozinho.

____Ingressos para o Pouca Vogal comprados. O Leindecker que me desculpe, mas é lógico que eu comprei do lado do 1berto.

____Eu tenho uma mania que eu adoro, mesmo que ela desagrade a maioria das pessoas. Quando alguém me dá uma lição de moral, eu procuro lembrar do que me dizem para repetir exatamente a mesma coisa para a mesma pessoa quando o girar do mundo me dá a oportunidade. E hoje passei na Igreja de São Pelegrino rapidão só prá soltar uma resenha pro Padre Mário. Invadi a sacristia depois da missa e perguntei com um sorrisão enorme. ¿E quem disse que o Santo é teu.?? Quando eu era um piá e tinha um certo ciúme da estátua de São Francisco, ele me fez essa mesma pergunta. Agora que ele está de cara com o novo shopping por causa do nome,(saiu até notícia no Pìoneiro) eu não podia deixar isso passar em branco. E pior que o shopping em si vai ser a bagunça que vai virar o trânsito no bairro. Combinei de passar lá com mais tempo para um café.

____E cada vez que eu toco o fretless eu me pergunto num sorriso misto de ironia e preocupação: ¿Cadê as notas que estavam aqui?

____And if you listen very hard, the tune will come to you at last. Saudade.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Um príncipe

Ao som das notas levemente desafinas do fretless.

_____A semana promete ser cheia e eu estou meio apreensivo. De qualquer jeito, uma simples mensagem me convenceu que vai dar tudo certo. Vão ser 5 shows. Quero fazer dois deles com o fretless. Espero que ele me diga por que nome devo chamá-lo.

_____Posto um texto velho. De 2007, eu acho. Estava andando pela casa no escuro ouvindo minha xícara de café e lembrei dele. Considerando que "há uma repetição que sempre outras vezes em minha vida acontece," acho que ele ainda é apropriado. Agosto, mnéh.?

Um chamado Vento

Vento era fabulista.?
Fabuloso.?? Fábula.??
Sertão místico disparando
No exílio estuprado da linguagem comum
Projetava no chão
A sombra de mais um
A terceira margem do rio
Inenarrável narrada

Um estranho chamado Vento
Para disfarçar, para forçar
O que não ousavam compreender
Tinha girassóis e violetas
Plantados no quarto.? No peito.?
Era um teatro
E todos os artistas
No mesmo papel
Uma ciranda perfeita
Era inferno e era céu

Vento era tudo.?
Tudo escondido, florido
Como flor é flor, mesmo não semeada.
Um mapa sem caminhos,
Deslizando para fora, falando
Guardava rios no bolso
Cada qual com sua cor de água
Sem misturar, sem conflitar.
E de cada gota sabia
Nome, curva, fim
E no destinado geral
Sua cisma era saber
Para contar sem desnudar
O que não deve ser desnudado

Mágico sem apetrechos
Civilmente mágico, apelador
Embaixador do reino
Que há por trás dos reinos
Dos poderes, das supostas fórmulas de abracadabra, sésamo.
Reino cercado
Não de muros, chaves, códigos
Mas do invisível.

E o Vento sorria
Quando lhe perguntavam
Que mistério é esse.?
E propunha desenhos
Declamava teorias
Figurava tudo menos a resposta
Havia outra questão perguntada.?
Havia necessária resposta a ser dada.?

Tinha parte com...(sei lá o nome)
Ou ele mesmo era
A parte da gente
A minha parte
Servindo de ponte
Entre o sub e o sobre
Que se entretiam
Que antes do princípio se entrelaçavam.
Para uma melhor guerra
Para uma festa maior.

E ficamos sem saber...