quarta-feira, 25 de maio de 2016

Sob o signo de capricórnio

A ausência de rotina às vezes desgasta e ás vezes motiva. A ausência, por si só, já desgasta. Eu que sou teimoso e tento encontrar mágica onde não há. 

Numa semana estou brincando de flanelinhas nas ruas de são paulo e na outra estou todo ralado de espinhos por pular uma cerca pra roubar bergamotas.

Numa semana vejo velhos jogando dominó a dinheiro com a seriedade de quem participa da final do pokerstars. E na outra estou na disneylândia da terceira idade e vejo uma partida de canastra no hall do hotel com a mesma seriedade.

Às vezes durmo num motel e o quarto alaga. Mas às vezes ganho café colonial no melhor hotel da cidade.

Pelas ruas vejo pessoas andando sem camisa e outras de ropão, todas muito sérias e seguras de si. Calor.. frio... chega um ponto em que nem isso importa mais.

Por trás de uma mesa de som, as vezes é como se eu estivesse em cima do palco apresentando a peça, mas as vezes é o trabalho mais solitário do mundo. E se sentir sozinho no meio de uma multidão é tão eu.

Diante de tudo isso eu sorrio e fico invisível. E tudo vai indo pro seu lugar. Seguimos. De um extremo ao outro. Sem meio termo. Sem nunca mais ser morno. Essa foi a promessa.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Eu tenho meu próprio conceito de mentira

       Muitas pessoas já me perguntaram porque eu digo que sou mentiroso. Penso que essas pessoas nunca perceberam minhas mentiras e também que elas já viram eu me dando muito mal por dizer a verdade.

       Eu passei muitos anos acreditando em justiça, acreditando que quem trapaçeava perdia o jogo. Mas o mundo não é justo. Assisti de camarote a vítoria dos que agem 'errado' Justiça é um conceito interessante, mas nada pode colocar culpa ou remorso dentro de quem não os sente. Eu mesmo já me puni quando percebi que o mundo não estava nem aí pros meus erros e meus atalhos. Minha absolvição, assim como meus pecados, nunca existiu.

          E todo mundo mente. Isso não é uma frase de efeito do house. É a realidade nua e crua. Todo mundo mente. Não importa o quanto você ame uma pessoa ou o quanto essa pessoa te ame. Ela vai mentir. A questão é sobre o que ela vai mentir. E porque ela vai mentir.

          Eu sou um mentiroso quando digo que a verdade importa. Que há uma recompensa por bom comportamento em algum lugar, algum tempo. Sou um mentiroso quando minto pra mim mesmo pra não mentir pros outros. Minha auto estima vai pro lixo muitas vezes. Como posso reclamar por não me encaixar, por me sentir inadequado se eu mesmo faço isso comigo mesmo.? E periodicamente me fodo dizendo verdades que precisam ser ditas. A experiência mostra que não faz diferença nenhuma no cenário maior. Algumas pessoas me odeiam por dizer, outras fingem que não escutam. Raramente, mas muito raramente percebo algum agradecimento. E o mundo não melhora nada por eu fazer o que é 'certo'. Minha namorada diz que fazer o certo dá trabalho. Não tiro a razão dela. Só creio que não fazer o certo dá mais trabalho ainda. E nessa afirmação estão embutidos os meus motivos para falar a verdade pras pessoas. As verdades, quando a gente pensa no longo prazo, dão menos trabalho que as mentiras. Sou pragmático, no fim das contas

         Mas esse raciocínio não faz com que eu acredite na sinceridade das pessoas. E eu me preparo sistematicamente para o momento em que eu perceba uma mentira das pessoas que gosto. Não porque vai ser mais fácil, mas simplesmente para evitar que tudo desmorone e para controlar os danos. E acho tão absurdo quando me pedem desculpas. Como se houvesse alguma coisa que eu pudesse ou devesse perdoar. As pessoas são assim mesmo. falar a verdade ou a mentira depende essencialmente do tipo de relação que a pessoa mantém com a própria consciência. Certo e errado, melhor e pior... quem teria a balança certa pra medir isso. É enlouquecedor se você parar pra pensar.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Frases simples e despretenciosas sobre grandes assuntos


       "Eu já fui maniqueísta, achei que o mundo era feito de pessoas boas e de pessoas ruins. Agora eu vi que não. Percebi que só existem dois tipos de pessoas no mundo. As que dobram a ponta da fica crepe depois de usar e as que não dobram. 

Esse pequeno detalhe fala muito sobre o que a pessoa é..."

- Marcelo de Souza, o Dom Quixote que eu mereço...