sábado, 31 de janeiro de 2009

Mágico

Ao som de: sei lá o que é isso, mas é bom

_____Na quinta, saindo da TV e correndo prá montar as coisas encontrei um hipie me chamando de "guerreiro" e depois dizendo "ah o outro vento". E ele me desejou momentos abençoados. A partir daquele momento e considerando a garoa fina que caía eu já tinha certeza que tudo ia dar certo. A tarde inteira trabalhando com uma equipe digna de orgulho no teatro e tudo foi se montando enquanto a gente tentava entender o que estava fazendo. E me vesti de preto e coloquei o chapéu mais canalha possível.. Olhei para o Virgílio e disse: Deixa-me orgulhoso! E depois de 8 batidas do meu pé ele fez exatamente o que eu esperava dele. E o show foi rápido. E cada uma das pessoas daquele teatro pôde ver o meu sorriso na penumbra do meu canto do palco. Todos gostaram, mas eu sei muito bem que ainda tenho muito que melhorar. Mas finalmente tenho todas as músicas e posso começar a discutir com o Virgílio o que a gente vai fazer em algumasmúsicas .
_____A sexta foi na mesma inércia da quinta, com os tangos y milongas num café. Não haveria silêncio, não haveria penumbra. Mas haveria cerveja, cigarros e os mesmos amigos por perto. Nada com o que me preocupar. E foi um privilégio e uma honra tocar com aqueles caras para as pessoas que toquei.


Ficam meus agradecimentos
Dona Catarina, pelo chapéu.
Virgílio, por ter aprendido comigo
Rafa, pela paciência
Thomás, pela infinita paciência e por ter me apresentado como Vento.
Alemão, pelo entusiasmo
César, pelo que foi dito no camarim e por ter feito a cozinha da banda comigo
Maurício, pelos olhars durante o show e pelo chimarrão depois de tudo.
Ana, pelos pîc-pîcs e pelo apoio
O outro vento pelas palavras
A chuva que foi companhia constante
E a todos os amigos que foram naquele teatro ou no zarabatana.


Nós conseguimos tocar graças a essa folha de papel

_____Queria falar que estou com o coração partido, mas essa é outra história. Por enquanto já fico satisfeito simplesmente em saber que tenho um coração.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A véspera

Ao som do barulho da chuva e do vento me fazendo companhia

_____Com o cabelo bem mais curto e sem perder de vista um pedaço de papel amassado sem o qual não vai sair show, é conveniente que eu peça a mesma coisa que sempre peço antes de dias como o que vai amanhecer daqui a pouco: Coragem, serenidade e humildade. O resto é resto.

_____Eu até diria que estou nervoso, mas a cara que eu fiz na foto que saiu no jornal não deixa dúvidas: é exatamente o mesmo sorriso de "tudo vai dar certo" de sempre. Estou é muito animado.

_____Se for mesmo o caso, vai continuar chovendo. Amanhã escrevo mais.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

...

Ao som de: tango tango tango

Depois da formatura da Isa no UCs teatro, eu fiquei cantarolando uma velha música. Na minha formatura eu estava sussurando ela.

Yes I know my enemies
They're the teachers who taught me to fight me
Compromise
conformity
assimilation
submission
ignorance
hypocrisy
brutality
the elite


Só um adendo sobre a festa de sábado: Mesmo com tudo que foi dito, Os silêncios falaram muito mais. E a música que eu toquei 200 vezes foi essa.

Eu me pergunto o que é mais importante para uma espada. Aquele que a forjou ou aquele que a usa.
No meu caso, quem a forjou.

Vai ser foda sem ela.

domingo, 25 de janeiro de 2009

(Mais) Uma noite infinita

Ao som de: Carlos Gardel - Media Luz

_____
Eu ouço 200 vezes a mesma música e fico tocando repetidamente. É o mesmo processo de uma meditação que aprendi na minha adolescência. Eu ficava repetidno uma palavra aleatória até que ela perdesse o seu sentido e dissesse o que eu queria dizer. Agora eu fico tocando a mesma música até interiozar o seu significado, de forma que ela tenhapara mim, um significado completamente novo, filtrado e recomposto pela minha essência. E então eu consigo estar em cada nota que toco. E todo o resto cessa.

_____Eu fiz uma escolha na noite passada e ganhei uma madrugada CHEIA de conversas por feito uma escolha coerente. Cada conversa te sua devida importância. Na escada do Quinta prá colocar pingos nos "is" e me desculpar. E para reconhecer valor. Do lado do litro para fazer por merecer. Sentados no pecamóvel para lembrar o que passou e ver as mesmas coisas acontecendo hoje em dia, mas admitindo uma inegável evolução. Na escada do Vagão para reconhecer que preciso aprender com urgência a controlar minha língua. Na janela do bar coversando sem palavras. E na minha janela, com chimarrão e tango.



_____Foi uma noite como há muito não se via. Daquelas noites que me davam orgulho por fazer parte. Daquelas que deixariam as pessoas que realmente conseguem me enxergar orgulhosas do que eu consigo fazer quando não estou ocupado andando sem rumo.

¿ E ñ parece extremamente óbvio que cada um tem o que faz por merecer.??

sábado, 24 de janeiro de 2009

Um idiota tagarela


Ao som de Gabriela Cilmi - Sweet about me


_____A esperança não vem da existência dos idiotas mudos. Vem do fato de que, mesmo do jeito que as coisas estão, ainda haja sorrisos sinceros. E, mesmo que tudo se mantenha fora do lugar, sempre haverá a esperança de que tudo se ajeite. Talvez as coisas já estejam no seu devido lugar e a gente mesmo não saiba. I wanto to believe.

_____O mundo realmente é um lugar bem melhor quando tudo está ao contrário.

E mesmo tendo 4 formaturas para ir hoje, eu ficaria de bom grado em casa.
Com o Virgílio, uma cuia de chimarrão e um cd do bajofondo
Todo o sossego de um cara que desistiu de correr ao redor do proprio rabo.
¿Por que eu não fico? Porque seria egoísmo.
E uma simples fuga.

Mergulhar mais fundo não é mudar.
Subir mais alto não é mudar
Evoluir ou regredir não significa mudança.
É preciso mudar o rumo, renovar a esperança
È preciso mudar nossa vontade
Ou pelo menos nosso jeito de querer


_____E sempre haverá alguém para entender o que eu escrevo.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Te falo em salto

Ou: Meus acordes de céu

Não foi tão difícil aceitar o fato de que não posso saber de tudo

E tentar estar em todos os lugares que quero ao mesmo tempo é besteira.

Escolhas. Enquanto rio de mim mesmo aprendendo a tocar de novo eu penso nas minhas escolhas.

E...

Ninguém sabe nem entende
Se é um mago ou um duende,
Um feiticeirto do som
Desde quando desde onde
MAs há muito ele esconde
Um anjo no bandoneon

Esse mago deslumbrado
É um ser iluminado
No ofício da canção
E com o anjo no colo
Tem duas ninfas nos olhos
E um par de asas nas mãos

Se é magia ninguém sabe
Mas tanto encanto não cabe
No relicário de sons
E só quem ouve ele encantado
Percebe que um ser alado
Solfeja no bandoneon

E dizem que não é dom
Que prendeu no bandoneom
Um querubim menestrel
Que quando faz seus arranjos
Ele recebe do anjo
Esses acordes de céu.

São músicas como essa que fazem com que eu me empolgue cada vez mais para um show.

E dessa vez não vou me esconder atrás dos cabelos.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O fundo do poço, ou quase

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_____
Já faz uns dias que eu estou querendo postar essa lista. Sem mais delongas, segue a lista das 10 piores coreografias que eu já vi.


10. Azuzana e Alíbera - Inri é o Rei: Asuzana e Alibera, díscipulas do Inri Cristo dando um show de interpretação apenas balançando as cabeças. Se a coreografia estiver chatinha, pretem atenção nas legendas em inglês da música. Elas também valem a pena.

9. Latino - Só Você - O Latino merece um lugar aqui, ainda mais se apresentando no programa do Gugu acompanhado de duas Latinetes. O ano era 1994.

8. Sandi e Júnior - Seu Coração - Naquela época em que a Sandy ainda era virgem, a grana para pagar bons coreógrafos era meio curta. O resultado pode ser visto nessa memórável apresentação no programa da Hebe. E qeu diabos ele quer dizer com a palavra "amorcegar".

7. Rodolfo Chikilicuatre - Chiki Chiki: Misture o hélio dos passo com o Tiririca e coloque um pouco de Zé Bonitinho. Tudo em español. Sem falar nas moças que estão no palco.

6. "Golimar": Uma pérola made in india. Qualquer semelhança com triller do Michel Jackson não é mera coinscidência.

5. Dança do Quadrado. Tudo bem, é lavagem cerebral, mas é incrível a quantidade de coisas ridículas que dá pra fazer dentro de um quadrado. ¿E porque um anão.?

4. Danny Ja Army - I want to love you tender - Com 4 segundos de música, quando o primeiro magrão aparece, já dá pra ver que a coreografia vai ser forte. Mas ela vai ficando cada vez pior no decorrer da música. Rola até um frevo no final. Mas o primeiro refrão é o ponto alto. E se alguém conseguir entender o que acontece no solo, por favor me explique.

3. Helio dos passos - Morena do Rio Turvo De Nova Prata-RS para o mundo. Não tem muito o que falar. Medalha de Bronze merecida.

2. Rivaldo sai desse lago - Medalha de prata para mais uma superprodução indiana, e não estou falando da novenla das 8. ¿O que é pior.? O aperto de mão que a mina dá no cara ou o óculos de cego do mané.??

1. Boney M - Daddy Cool A parte mais engraçada é que o que ele está fazendo não é uma dança aleatória e sim uma coreografia. É impossível também não reparar na performance das dançarinas de sotaque jamaicano.

Menção honrosa Beber cair levantar (ou o bebum e a bicicleta): Esse vídeo não é bem uma coreografia, mas raramente vi um vídeo em que a música e as imagens tivessem tanta relação entre si.

Por hora é isso.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Frases simples e despretenciosas sobre grandes assuntos.

Ou: O tamanho da minha marchada

_____Ensaio no meio da tarde com o Tomás, o violeiro da banda de tango, prá adiantar os serviços e ajeitar alguns detalhes das músicas. Perguntei sobre taquito militar e ele fala com a a maior naturalidade do mundo:

"Essa música é bem fácil"


A música em questão é essa:




Às vezes é preciso dar um grande salto.
Não dá pra atravessar um abismo dando pulinhos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Dormir é para os fracos

´




A minha busca é na batida perfeita

Sei que nem tudo tá certo mas com calma se ajeita
Por um mundo melhor eu mantenho minha fé
Menos desigualdade, menos tiro no pé



Ouvi essa música ontem, não sosseguei até tirar ela direitinho. Um sambinha de colcheias pontuadas, prá desencanar um pouco dos tangos.

E "Deixa deixa deixa eu dizer o que penso dessa vida
Eu preciso demais desabafar."

DE-SA-PE-GO

Ao som de: Astor Piazzola - Vuelvo al sur

_____Entrar numa livraria sem comprar um livro é impossível prá mim. Comprei o Germinal, só pra sublinhar ele todo. Só prá reler uma parte a 5 páginas do final. E ler sobre o vento.

_____E dando continuação a série "tem gente que nasce sem...": Tem gente que nasce sem um braço, tem gente que nasce sem uma perna, tem gente que nasce sem noção. E tem gente que não aprende a aceitar que não sabe tudo.

_____O Compadre está certo. Fui um imbecil por duvidar. Ou melhor, por não enxergar o que ele dizia nas entrelinhas e que estava na minha cara. E a Vida ensina muito, e eu entendo que tenho que aprender muito mais através do que as pessoas não dizem do que através do que elas dizem.

_____Estou disposto a pagar o preço pedido para aprender o que ainda não sei. E para lutar com honra.

_____No fim é verdade, sempre foi. Tudo é relativo.
_____Quando eu for viajar, não terei muita bagagem para levar. Mas, obrigatoriamente, vou ter que me levar comigo.

_____A chuva e o sorriso mais lindo do mundo me ajudam muito quando a fé fraqueja.

_____Basta um pouco de felicidade para tudo recomeçar. Se um dia eu esquecer disso, por favor, me lembrem.

sábado, 17 de janeiro de 2009

O índio que se desgarra nunca mais pode parar

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Eu tinha me programado para estudar bastante em janeiro.
Estou passando meus dias tocando tangos e milongas.
Aprendendo a tocar.
Aprendendo a ser tocador de tango.

O motivo é esse:

Eu vou estar lá, com um chapéu canalha.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Diálogos insólitos



Ao som de: uma caminhada na ponta do pé para não acordar ninguém


Ontem, de noite, no final da Pinheiro. Um daqueles lugares onde tudo se encontra. Um cordão da calçada e uma caixa de yakisoba sem legumes.

- Eu não entendo. Tu realmente não pode ser burro.

- ...

- Tu sabe que aquele lado é oeste, deve saber até o nome daquela estrela. Conversa com anjos e sabe mais de magia do que muita bruxa que eu conheço. Eu cansei de te ver nas festas de canto analisando as pessoas e os fatos. Tu consegue ficar triste ou feliz e não deixar transparecer nada. É incrivel a tua capacidade de transformar tudo em experiência. Onde quer que tu vá, tu dá um jeito de entortar tudo e deixar a situação a teu favor. E de tirar alguma lição.

- Isso não é mentira. ¿Mas o que te coloca em dúvida.?

- Mesmo vendo tudo isso, eu também te vejo chorando pelos cantos. Te vejo evitando coisas e pessoas por medo. Te vejo defendendo quem só te usa. Te vejo repetindo sempre os mesmo erros. Egoísta e falso. E tu deixa te usarem. Teus relacionamentos não dão certo e vc continua tentando.

- Tu já pensou todo tempo e toda energia que eu perderia se tivesse que me comportar como esperto, se eu tivesse que ser tão racional e frio como as pessoas inventaram que eu sou. É muito mais fácil fazer papel de bobo. Até te explicaria as vantagens, mas você pode descobrir por si mesma.
Às vezes é hipocrisia, as vezes é maquiavélico, e as vezes realmente demoro prá perceber certas coisas. Mas algumas outras eu percebo quando a maioria das pessoas nem sonha. Eu sou como criança que corre, tropeça e cai. Depois chora um pouco e continua correndo. Não vou andar devagar por medo de cair de novo. E já não me preocupo por não ser o dono da bola. Alguém sempre traz a bola prá gente jogar. E quando não tem bola a gente senta na beira do campinho e fica falando bobagem. Você nunca vai saber se eu sou um idiota que se faz de esperto ou um esperto que se faz de idiota... Mas eu sei.

E aquela estrela ali não é um estrela. É o planeta Vênus.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

"Tropeando penas que juntei solito"

Ao som de: tangos y milongas

_____Era pra ser um trabalho simples, um cartaz A3. Coloquei preço baseado no tempo que eu ia demorar pra fazer. Se não me pagassem nada eu faria do mesmo jeito. Eu tinha todo ele na minha cabeça. Uma banda de tango merece minha atenção. Gente que eu vejo as vezes pelo estúdio. Quando ouvias músicas e descobri que eles ñ tem baixista, sorri o meu sorriso óbvio. Apresentei o cartaz e me perguntaram o que tu vai querer fazer no show.

_____Ainda não sei a resposta, mas sei como eu quero fazer... Com um sorriso enorme, com um chapéu ainda mais canalha, um suspensório e com todo carinho. Não é todo dia que posso tocar tango.

_____Um yakisoba com sorriso bobo. Sentado no cordão da calçada comendo numa caixa com pauzinhos, me senti o próprio Deckard do Blade Runner. Em vez de replicantes falando sobre lágrimas e chuva, vi uma estrela bem grande num buraco entre as nuvens, no oeste do céu. Onde houver sentido, haverá uma colherada dedicada.

_____Estamos aqui prá isso, ¿não é mesmo.??

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Minha trilha sonora


Ao som de: Jayme Caetano Braun - Don Athaualpa

_____Por pura preguiça de fazer uma pesquisa de imagens e datas, abrir o Photoshop e fazer um gráfico divertido com a evolução do meu gosto musical, escrevo um texto metafórico sobre como cheguei onde estou... E demorei para postar porque há pessoas que não consigo resumir com uma música ou uma banda.

_____Eu era autista e não sabia, até ironicamente ter um disco do Raul Seixas nas mãos. Não sei o que aconteceu antes disso, acho até que não importa. A base de tudo é Engenheiros do Hawaí e música gaúcha. Depois foi Nirvana, enquanto nós repetíamos incessantemente a frase "eu também". Ainda hoje eu cantarolo Nirvana enquanto escovo os dentes. Foi uma época de anjos, de Secret Smile do Semisonic. Recados velados e cartas bem explícitas. O tempo passou entre Offspring,e uma excursão de mar gelado ouvindo Velhas Virgens. Conversas em corredores de hotel, perto de fogueiras e outras músicas que eu realmente não me lembro. Mania de Você na minha janela no São Carlos. Depois, por pura conveniência, Pearl Jam e toda onda grunge dos shows da Opium. E eu escolhi as amizades que já tinha e que já sabia que seriam definitivas. Havia Red Hot também, mas Red Hot de verdade veio depois, bem depois. Tardes de domingo com muita gente deitada ouvindo o acústico do Nirvana. Uma carta que me deixou torto chorando num cordão de calçada, e eu discuti com meu chefe sobre justiça. Numa dessas tardes, uma mão na barriga e um abraço.

_____Eu lembro de Micky Jagger com o Lenny Kravitz, dois shows, com a precisão de um relógio. Algumas músicas dos Papas da Língua como pano de fundo, mas inúmeras músicas, inúmeros shows, inúmeros gritos e lágrimas por trás dos cabelos. E já havia Chico Buarque, mas eu ainda não sabia. E a coisa ficou pesada, porque é impossível ver a claifórnia se não for através dos olhos do Marlon Brando. Uma roda de belina. Baile da caipira de vinho. Show por 1 real. Show por ração de cachorro. Porteiro borracho. Todo conhaque presidente em cada ensaio. Energia, mas sem conteúdo, sem direção. O retrato do meu ego na época. Depois fui pra trás do balcão, aprender a ter censo crítico, o começo da minha inquietação. Um lampejo de vontade, Prá não ser só mais um. Ser único. Na última noite do bar, eu já estava no chão por causa do Chico Buarque, que já era quase Tool. Mas encontrei paz com Jefferson Airplane. E todo meu sorriso foi justificado ouvindo Julieta Venegas.

_____Depois me encontrei nas entrelinhas de cada música do Tool que eu tirei. Dancei Enjoy the Silence num corredor. Sobre a chuva, minha tão cara amiga, eu fui falar num forrózinho de 3 notas. A música que eu queria ter feito é Turn the Page, na versão do Metállica. Eu tatuaria nas costas a letra de Every you, every me, do Placebo, mas não há mais espaço em minhas costas. Faria uma serenta genérica com Like a Stone, do Audioslave. Mas algumas pessoas teriam músicas próprias. A minha seria Schism.

_____Depois do hino do Politeama, fui me escorar nas harmonias do Chico Buarque como se ali houvesse uma verdade absoluta. Talvez haja. E acabei esbarrando no Muse como houvera esbarrado no Rage Agaisnt. Era prá ser. E voltamos a ser energia, mas agora com um foco. Se às vezes me escondo atrás dos cabelos, é porque o medo não permite que eu me liberte como quero. Como preciso. Como é justo.

_____¿Mas quem sou eu para falar em justiça.?

_____Fico aqui com o Virgílio e com as demais paranóias.

_____Com carinho. E com um pouco de silêncio

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Sem pedras dessa vez, por favor.

Ao som de: Tool - Sober

_____Essa era uma postagem para ontem de madrugada, mas acabei me empolgando assitindo piratas do caribe em español e capotei logo em seguida. Já que a indignação sobreviveu a uma noite de sono, acho que vale a pena ser mencionada.

_____O que está acontecendo é ridículo. Normal que certas pessoas não se falem, normal que certas pesoas não gostem da presença uma das outras. Há brigas, há magoas, há motivos de sobra para justificar e explicar cada desavença. Mas o fato é que tudo isso é muito ridículo. Principalmente a parte de ficar fazendo relatórios do tipo "fulano vai" ou "eu convidei ciclano". Ou ter que ficar escolhendo quem é que vai ser convidado quando se organiza alguma coisa. É com um sorriso que eu admito minha participação nessa idiotice coletiva

_____Falando por mim, deixei de falar com uma pessoa por um simples motivo: ela falou um monte de coisas que não tinha o direito de falar e eu prometi para mim mesmo que ela nunca mais teria oportunidade de me falar merda. Se o que ela falou é verdade ou não, se ela estava certa ou errada é uma coisa que só eu e ela sabemos. O resto é lenda que se criou. Não guardo rancor nenhum, não desejo mal e não desejo nada, a não ser o conforto que a distância oferece.
Com outra pessoa não falo para conseguir guardar as boas recordações que eu tenho e que aliás são muitas. Acabei me afastando para não dar chance, nem a mim e nem a ela de mais uma vez estragar tudo.

_____E tudo isso me enoja a ponto de eu sentir mais vontade de ficar longe. Malditas águas rasas. O mar só fica bom quando fica fundo o suficiente para que a gente perca a ilusão de segurança que insistimos em carregar. E ñ preciso escrever nenhuma tese para justificar isso dessa vez. Prá mim isso faz sentido. ¿E por acaso alguém gosta de ter sua vida acompanhada como folhetim.??

_____Tocar fogo no circo é muito muito divertido e ninguém melhor do que eu pode falar isso. A questão é que em algum momento você se dá conta de que está carregando uma tonelada de cinzas nas costas e que não consegue mais viver em paz por causa do peso. E durante um filme besta na sessão da tarde você percebe que está chorando sem saber nem o porque. E Você começa a ter medo de conversar com os amigos porque sabe que em algum momento eles vão usar o que você disse contra você. E ser julgado dói muito, mas é uma coisa que faz parte da vida. E a dor não vem do julgamento em si, mas sim pelo fato de existirem sempre critérios diferentes para pessoas diferentes.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Frases simples e despretenciosas sobre grandes assuntos.

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"Minha vida é um litro aberto"


Rafael Kbelo, baterista da banda Cura e bêbado costumás. Baita cara.

O poço ñ tem fundo

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No meio da tarde o Gel me manda o link que mudou o meu dia:


Resultado: Não fiaz mais nada a tarde inteira, só ouvindo porcarias.

A parte boa é que o repertório da Salve Ferris vai ficar ainda mais absurdo, considerando que eu me convenci a tocar Lua de Cristal e Borbulhas de amor.

Se houver mesmo uma festa no carnaval, quero deixar registrado desde já que "PERDEMOS O CONTROLE".

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Um lugar...

Ao som de: fusas na escala de Em

Eu tinha um anel de pescador quando pescava. Depois usei uma corrente que me prendia sem eu saber. E numa tarde fria, com a chuva caindo fina e gelada, cavei mais fundo que pude na areia e enterrei a corrente que me prendia. E agora carrego comigo uma constelação. Pequena e simples, como as maiores coisas da vida. Eu nunca fui bom e forjar pedaços. E me provei incapaz de seguir estrelas, embora finalmente eu consiga entendê-las. Se hoje estou longe delas, é por causa das minhas escolhas. Como culpar as estrelas por permanecerem no firmamento.??

Mesmo que a maioria das minhas perguntas tenha sido respondida com silêncio, eu entendi do que tenho medo.

E as estrelas vieram falar comigo. E, mesmo com toda distância. Eu sinto algo muito parecido com alívio. Para alguns o ano nõa terminou, para outros não começou. O ciclo está incompleto.

Devagar e de uma forma bem engraçada, estou voltando para a minha rotina. Compro uma agenda e cartões coloridos e sorrio fazendo as pessoas sorrir. Isos faz parte do meu trabalho.

É possível que o veneno consiga mesmo curar, mas por enquanto estou mais preocupado em voar do que trocar um ponto de apoio por outro.