terça-feira, 29 de janeiro de 2008

.do presente

[Ainda] Ao som de: Ana Cañas - Mandinga não

"Era um homem, um homem comum, que um comum destino parecia controlar inteiramente. Um animal doméstico bem treinado.
Um dia sentiu um incômodo nos dois ombros, distensão muscular, má posição no trabalho... Foi piorando e resolveu olhar-se no espelho, de lado, inteiro e nu depois do banho: não havia dúvida, duas saliências oblíquas apareciam em sua pele abaixo dos ombros. Teve medo mas decidiu não comentar com ninguém, e como não transava freqüentemente com a mulher, conseguiu esconder tudo quase um mês.
Fez como via fazer sua mulher: pegou de cima da pia um espelho redondo no qual ela ajeitava o cabelo, e passou a analisar todo dia aquele fenômeno que em vez de o assustar agora o intrigava. Curioso mas sem sofrer - pois não doía -, foi observando aquilo crescer.
E pensava:
"Nem adianta ir ao médico, porque se for um tumor (ou dois) tão grande, não tem mais remédio, é melhor morrer inteiro do que cortado."
Certa vez, quando se masturbava no banheiro, na hora do prazer sentiu que elas enfim se lançavam de suas costas, e viu-se enfeitado com elas, desdobradas como as asas de um cisne que apenas tivesse dormido e, acordando, se espojasse sobre as águas.
Ficou ali, nu diante do espelho, estarrecido.
Agora ele não era apenas um homem comum com contas a pagar, emprego a cumprir, família a sustentar, filhos a levar para o parque, horários a cumprir: era um homem com um encantamento.
Eram umas asas muito práticas aquelas, porque desde que usasse camisa um pouco larga acomodavam-se maravilhosamente debaixo das roupas. Em certas noites, quando todos dormiam, ele saía para o terraço, tirava a roupa e varava os ares.
Sua mulher notou alguma coisa diferente no corpo de seu marido. Estava ficando curvado, tantas horas na mesa de trabalho. Nada mais que isso. Embora a mãe lhe tivesse dito que "com homem é sempre melhor confiar desconfiando", daquele seu homem pacato ela jamais imaginaria nada muito singular.
- Você vai acabar corcunda desse jeito, aprume-se - ela dizia no seu tom de desaprovação conjugal.
As coisas se complicaram quando, já habituado à sua nova condição, o homem-anjo olhou em torno e, sendo ainda apenas um homem com asas, sentiu-se muito só. E começou a pensar nisso. E olhou em torno e se apaixonou.
Na primeira noite com sua amante, esqueceu o problema, tirou a roupa toda, e quando ela começava a apalpar-lhe as costas o par de asas de abriu, arqueou-se unindo as pontas bem no alto por cima dele, na hora do supremo prazer.
Mas essa mulher/amante não se assustou, não se afastou. Apertou-se mais a ele, e dizia: vem comigo, vem comigo, vem comigo...
E abriu suas asas também."

Azeda, de fato, mas muito doce quando é doce...

Ao som de: Ana Cañas - Mandinga não

Faltou uma resposta, eu admito.

Observando minhas atitudes eu percebo que eu tinha medo de cair. E acabava me preservando exageradamente.

Por isso kamikaze, porque perdi o medo de cair.

E por que eu me sacrificaria por algo maior sem hesitar.


domingo, 27 de janeiro de 2008

Dá trabalho ser simples

Ao som de: A-Ha - Crying in the rain


_____Pelo discernimento entre loucura e coragem. Pela Cíntia, que me deixou fazer o que tinha que ser feito. Nada ficará impune e minha indiferença será lembrada com saudade. Pelo Gel, Adelar, Fran, Nick, Alemão, Tchuky, Jura, Fuscas, Carlito, Seco; foi um privilégio e uma honra, como sempre. Pelo Oliveira, pela presença na festa, pela parceria, por ter aumentado o volume da Elis Regina e por ter aberto meus olhos com uma simples frase. Pelo Mika, que sorriu leve na finaleira do revival. Pela Dessa, pelas fotos, pela presença no palco e por tudo que não precisa ser dito. Pelo Rafa, que me emprestou um Hartke. Pelo Virgílio, que tocou sozinho enquanto eu pulava como louco em cima do palco. Por Midlife Crisis. Por Uni duni te. Pelo AC-DC que tocou antes que eu saísse de casa. Por uma conversa insólita no msn. Por 5 minutos de conversa no telefone. Pela Pati, pela oportunidade de falar pra ela em palavras o que me soa extremamente óbvio. Pelo Fabinho e toda a galera da praia, pessoas de coração bom. Pelo rótulo de bacardi na camiseta. Pela manhã no parque, com chimarrão amargo. Por ter ouvido A-HA e ter fechado todas. Por ter olhado nos olhos de quem queria me enfrentar. Pela constatação de que a presença na minha lista de “casais que não podem acabar” era muito merecida. Pela cuba no balde. Pela Cíntia e a brilhante idéia do canudinho. Pelos choques cada vez que eu encostava no Tchuky. Pelo vento que soprou curioso a semana inteira. Por Vênus ter entrado em Aquário. Pelas despedidas sentidas.. Por todo mundo que bateu palmas com a gente durante o show.

_____Pelo Pai Nosso em español. Pela decisão de traçar um caminho no inferno em vez de andar sem rumo no céu. Pelo “te cuida”. Por cada nota que eu toquei. Por cada sorriso que dei. Por ter gritado alto o que tinha significado. Por ter silenciado quando não havia nada a ser dito. Pela certeza que eu tenho o melhor presente. Pela sensação de missão cumprida. Pela paz, pelo amor e pela empatia.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

É pelas próprias virtudes que se é mais bem castigado.

Ao som de: Délcio Tavares - Vento Negro

Ontem me despedi dos meus pais...
Hoje me despedi do Taloco
E então percebi que havia me despedido de mim mesmo também, ontem de noite, quando olhei para o céu e vi Vênus entrando em Aquário.
A parte boa é que tudo vai ser bem mais simples. [Nem por isso mais fácil]

Naquele abraço.. o coração que eu senti batendo forte era o meu ou o seu.???

É como se minha vida fosse uma música e eu estivesse tocando ela mais rápido do que posso. E ainda assim correndo atrás do metrônomo.
Estudar mais é uma solução melhor do que tocar mais devagar.

Nunca adiantou eu me cuidar. Agora penso em me preservar. E preservar as pessoas que gosto.

É de coragem que estamos falando. Kamikazes precisam de coragem e não de loucura.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal.

Ao som de: Nirvana - Dumb

Numa mesa de bar, comentou-se sobre poesia. Lembrei de um soneto, escrito quando eu escrevia bem justamente por não saber escrever. É possível notar que minha vida não mudou muito nos últimos 10 anos.

Cicatrizes

Muitas bocas, por certo, me beijaram
por certo, muitas bocas eu beijei;
alguns beijos os lábios me queimaram
e desses, a lembrança eu não guardei

Das mãos que em minahs mãos se entrelaçaram,
das faces que com carinho afaguei,
dos braços que com ânsia me abraçaram,
também deles, a ausência eu não notei.

Das promessas e juras que fizeram,
das palavras de amor que me disseram,
poucas ficaram, poucas escutei

Mas sinto ainda nas tardes de mormaço,
o calor e a pressão de um só abraço,
e o sabor do último beijo que te dei.


Sobre o show, já sei o que fazer, mas me pergunto se vou ter coragem.
E aquela idiota não vai ir de novo.
E eu, será que eu mesmo vou ir.??

E desde quando o compadre odeia alguém.??
O Wilde que tá certo: " As mulheres existem para que as amemos, e não para que as compreendamos."

P.S. Sim, os escolhidos se reconhecerão pela marca...

sábado, 19 de janeiro de 2008

!Las noches de puta madre!

A resposta da pergunta que me fora feita. Espero que seja suficiente.

_____Porque a dor de garganta passou. Porque o coração bateu forte. Porque a tequila desceu macia, o bacardi não me deu nem um rótulo e a coca cola foi uma benção. Porque consegui falar com as pessoas e os horários fecharam. Porque apareceu um Hartke para mim tocar e o som estava muito bom e muito alto. Porque eu quase não me escondi atrás do cabelo e olhei para fora. Porque o Virgílio tocou praticamente sozinho. Porque da sacada eu vejo o prédio na Sinimbu. Porque falei com minha flor. Porque tive coragem de convidar a atriz principal. Porque cuidar de bêbado é foda. Porque a calma e tudo mais servem de exemplo. Porque a cor fica nos coloridos e o pb é meu mundo. Vou para o inferno por ser mais útil lá. O caos não me fará mal. Porque quando menos se espera a gente tem que provar do que é feito. Porque consegui fazer bonito pra quem quisesse ver. Porque os guris da praia apareceram. Porque eu não liguei nem mandei msg quando tocou Highway to hell. Porque cantar spending my time sentado na sacada molhado de chuva fez sentido. Porque o celular tem vida própria e tocou Schism quando quis. Porque a dor cansou e foi amenizada. Porque no fim de tudo um puxão arrebentou o cordão que segura o meu T no pescoço. Ele está mais fraco do que nunca. Porque o fogo queimou meus dedos e eu sorri quando concertei. Porque ele é honesto. Porque fiquei de cabeça erguida. Porque não pedi permissão. Porque sempre se precisa de parceiro. Porque entrei no carro e soube na hora que não havia mais volta. Porque andei de balanço. Porque amar é um jeito de viver. Porque sorri. E porque choveu.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Não escolher o errado não significa escolher o certo.

Certa vez li num blog uma história que podia muito bem ser a minha. [Acho até que era.]
Retribuo agora, lisonjeado e pensativo, a menção. É história minha, mas podia muito bem não ser.

Soneto LXX

Tal vez herido voy sin ir sangriento
por uno de los rayos de tu vida
y a media selva me detiene el agua:
la lluvia que se cae con su cielo.

Entonces toco el corazón llovido:
allí sé que tus ojos penetraron
por la región extensa de mi duelo
y un susurro de sombra surge solo:

Quién es? Quién es? Pero no tuvo nombre
la hoja o el agua oscura que palpita
a media selva, sorda, en el camino,

y así, amor mío, supe que fui herido
y nadie hablaba allí sino la sombra,
la noche errante, el beso de la lluvia.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Sobre a barca furada.

Ou: meu senso de compaixão que se foda.

Quando me perguntavam se eu estava bem eu costumava dizer que não sabia. Tudo estava sempre por um fio. E esse era o fio que me sustentava.

Vejo um sorriso. Vejo uma relação estranha. É como uma roda, na qual quem está em cima puxa e é puxado por quem está embaixo. E quem está em baixo puxa quem está em cima. E a roda vai girando e girando [esperando] sem sair do lugar.

Ser um rato parece ser melhor do que ser uma pulga. [Não importa quanto eu sinta raiva, vou continuar sendo um rato na gaiola.]

A letra da música que eu ia colocar aqui coloquei no profile do orkut.

Idéas que me passam pelo coração e não pela cabeça.

De noite, na cama, eu fico tocando baixo, justamente por não conseguir mais pensar. Há uma música, a mesma de sempre:

Cold silence has a tendency to atrophy any sense of compassion.

Pessoas fossilizadas que entram mudas e saem caladas. O compadre estava certo: é um silêncio covarde. O compadre estava muito certo: não é justo. [e talvez nunca tenha sido]

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Versos de madeira

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.

Escribir, por ejemplo: «La noche está estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos.»

El viento de la noche gira en el cielo y canta.

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella también me quiso.

En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.
La besé tantas veces bajo el cielo infinito.

Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.

Oír la noche inmensa, más inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.

Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche está estrellada y ella no está conmigo.

Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.

Como para acercarla mi mirada la busca.
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.

La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.

Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.

De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.

Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.

Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos,
Mi alma no se contenta con haberla perdido.

Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,
y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Fase Ostra

Ou: perdi o campeonato de metáforas

É uma lista. Mas não sei quantos itens ela vai ter.

>> Uma comemoração. 10000 dias e ainda vivo. Comemorados numa terça, porque às terças, o que é das terças.

>> Uma conversa com a enviada especial da IPSOE à Paulicéia desvairada. Só porque ela constantemente tem a definição certa. E por que ela insiste em acreditar que nada acontece nas terças.

__Vivian diz:
tava lendo teu blog
__Vivian diz:
mto bom
__Vivian diz:
mtas frases me fizeram pensar
__Vivian diz:
e parece q tu tá mais confuso hehehe
__Vivian diz:
ou não... confuso talvez não
__Vivian diz:
é como se estivesse tudo mais claro agora
__Vivian diz:
mas a forma explícita soa confusa
__Vivian diz:
justamente por estar mais próximo da clareza
...
__Vento diz:
ainda enjoada das pessoas.??
__Vivian diz:
sim
__Vivian diz:
muuuuuuuito
__Vento diz:
eu tb...
__Vento diz:
Mas só quando as relaciono com determinadas situações..
__Vento diz:
situações que se repem e se repetem..
__Vento diz:
daí a gente enjoa e quer evitar as situações...
__Vento diz:
e acaba evitando as pessoas...
__Vivian diz:
hummmmm isso mesmo
__Vivian diz:
pq só imagina as situações com as pessoas
__Vento diz:
bingo
__Vivian diz:
é isso sim
__Vivian diz:
mas já tentei mudar as situações com as pessoas e tb não funcionou hehe
__Vento diz:
sim...
__Vento diz:
por que as pessoas não querem mudar a situação..
__Vento diz:
e, mesmo sem querer, elas vão ir contra ti na mudança
__Vivian diz:
o q vai me afastar ainda mais delas
__Vento diz:
mas vai te aproximar de ti mesma..
__Vivian diz:
é o q resolvi fazer
__Vivian diz:
aquela fase ostra né hehe
__Vento diz:
defina a "fase ostra"?
__Vivian diz:
em q as festeeenhas bobas perdem o sentido e a agitação não tem a menor razão de ser e nada do q se diz é mais interessante do q aquele filme espetáculo q vai passar no telecine de madrugada
__Vivian diz:
e aí chega a fase de bancar a anti-social antes de estragar as relações pra poder organizar a mente e dar valor ao q tem valor
__Vento diz:
Vivian... heje comemoro 10000 dias de vida....
__Vento diz:
e vou considerar essa nossa conversa como um presente justo

____Isso me convence que eu estou certo em dizer que não é preciso de olhos para ver. Basta sentir. Tanta gente perto não está vendo o que acontece comigo, enquanto a verdade se mostra clara a 1000km de distância.

>> Uma música, retirada de um profile do orkut. Ela me soou extremamente adequada. Aquela vez no profile e agora no meu blog.

Logical Song

When I was young
It seemed that life was so wonderful
A miracle, oh it was beautiful, magical
And all the birds in the trees
Well they'd be singing so happily
Oh joyfully, oh playfully watching me
But then they sent me away
To teach me how to be sensible
Logical, oh responsible, practical
And they showed me a world
Where I could be so dependable
Oh clinical, oh intellectual, cynical

There are times when all the world's asleep
The questions run too deep
For such a simple man
Won't you please, please tell me what we've learned
I know it sounds absurd
But please tell me who I am

Now watch what you say
Or they'll be calling you a radical
A liberal, oh fanatical, criminal
Oh won't you sign up your name
We'd like to feel you're
Acceptable, respectable, oh presentable, a vegetable

At night when all the world's asleep
The questions run soo deep
For such a simple man
Won't you please, please tell me what we've learned
I know it sounds absurd
But please tell me who I am, who I am, who I am, who I am

Vídeo da música aqui.

>> Uma enquete no blog da vida. Entrem lá e votem, por favor.

>> Um agradecimento a todos que passaram pela minha vida nesses 10000 dias. Os bons e os maus. Todos foram importantes.


>>>> E no final todos se regozijaram. <<<<

domingo, 6 de janeiro de 2008

Aos domingos o que é dos domingos.

Ao som de Aerosmith - I don't want to miss a thing

Semi autista é meu novo estado. Eu sinto, é claro.
O mar me quebra. Ele quebra a todos. Ele também me reconstrói.
Sinto inveja. Mas é uma inveja quase melancólica.
E eu sinto alívio. Julguei cheio de soberba e menos de uma hora depois o mundo me ofereceu um oportunidade de me desculpar por meus pensamentos.
E eu sinto quase vaidade pelo que ouvi.


Ah, e saudade. Por Deus, como sinto saudade.

As tardes de domingo infinitas sempre serão de mãos suadas, impregnadas com o cheiro das cordas do Virgílio. Acompanhadas de uma tendinite chata e do metrônomo. Acompanhadas também de uma lembrança recorrente. Eu sempre me lembro do porque estou tocando.

sábado, 5 de janeiro de 2008

T -3 dias. E contando...

Ao som de: Tool - Lateralus

Fiz as contas 3 vezes para ter certeza. É irônico demais. Talvez seja destino. Vai ser na terça feira. 10000 dias [no fogo].

E vou prá festa por que quero descobrir o quanto mudei enquanto estive na praia.

E de repente eu fecho os olhos e vejo tantos nuances que antes não via.
Eu estava certo numa coisa, num determinado nível psicológico, eu sempre estou sozinho.
E isso não significa absolutamente nada.

Alimentar meu desejo para sentir meu momento sendo desenhado fora das linhas.
Permitindo que eu veja que há muito mais
E acenando para que eu olhe através dessas infinitas possibilidades.
Rindo e chorando ao mesmo tempo.

E isso significa o mesmo de sempre. Mas agora é minha escolha.

P.S. As Marinas estão por ai. É de uma delas a frase mais certa: Não dá prá viver sem a "niña mala"

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

¿Mantra?


"a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,e já não sou sem ti senão apenas teu sonho."


"a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,e já não sou sem ti senão apenas teu sonho."


"a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,e já não sou sem ti senão apenas teu sonho."


"a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,e já não sou sem ti senão apenas teu sonho."


"a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,e já não sou sem ti senão apenas teu sonho."


"a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,e já não sou sem ti senão apenas teu sonho."


"a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,e já não sou sem ti senão apenas teu sonho."


"a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,e já não sou sem ti senão apenas teu sonho."

O valor certo. Ou adequado...

Ao som de: Megadeth - Peace sells

_____O senhor vê, muda o numeral no calendário, coisa de folha que cai sem ser outono. Não câmbia nada. Amanheceu o dia igual anoiteceu. Barulho, de fato, coisa de quem não sabe falar. Mas chamou a atenção de muita gente. O mar reflete, multiplica, agora eu sei. Não olhei para o céu para ver fogos. Olhei pra baixo. olhei ao redor. Parecia uma onda, mas, por Deus, ela estava cheia de estrelas. E meu coração estava mais estrelado ainda.

_____O mar não faz a gente se sentir pequeno. Ele faz com que as pessoas tenham o seu real tamanho. Eu também vi a sorte andando na praia de manhã. E vi um sentimento que me é bem familiar. Antes de perguntar se é justo ou não, lembrei do conselho do compadre. "Não pergunta". Fui chamado de autista, então me desliguei do mundo pra algumas considerações. E ali eu rezei. A paulada que eu havia dado foi merecida. Queria apenas saber o que se passa do outro lado. Tem que ter uma explicação. E ela certamente é mais simples do que todos nós supomos. Ficou decidido que eu tenho lua em aquário. Foi a coisa mais lógica da tarde perfeita. Penso que todo aquele riso foi efêmero, mas como foi bom. Aqueles momentos eternos renovaram minha esperança.

_____Tudo tudo tudo porque eu comecei a rir quando descobri que sou um tesouro que se comporta como esmola. Tudo porque eu mando recados por aqui. Não sei quem entende e quem não entende. Mas aí já não é trabalho meu. Falando em trabalho, coloco mais um trecho do que escrevi na praia, pra ver se o recado será entendido. "Não vou ser arrogante a ponto de dizer que me basto sozinho, mas quando a palavra me ofende, o silêncio vai me bastar como alívio." É engraçado pensar que quem mais reclama da corneta é quem corneteia com mais crueldade.

_____Há um campeonato de metáforas.?? Se tiver, eu estou dentro, é lógico.

Enquanto isso, em algum lugar da minha ezquisofrenia:
_____- Perdendo tempo falando dos outros?
_____- Eu já disse qeu sou um espelho. O que um espelho faz além de refletir.??
_____- Mostra o que os outros querem esconder de si mesmos.
_____- Não sempre, isso é só um hobby.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

"...não importa, eu me chamo de Vento quando falo comigo mesmo."

Ao som de: Tributo a Neruda - Marinero en terra

____Estou de volta depois de alguns dias e uma infinidade de pensamentos e revelações. Ambos necessários, ambos com resultados práticos. Pegar sol sempre é bom. E os pensamentos na beira da praia fluem melhor. Tudo ao som das poesias do Neruda. E lendo sobre nietzche. Foi bom dar de cara com Virgílio e com a bagunça do meu quarto, com o pc com a foto preto e branca com o contraste estourado de sempre. O metrônomo jogado num canto como se eu tivesse saído com pressa. Tudo tão eu. Tão cuidadosamente meu.

____Entre tudo que fiz e li desde o dia depois do Natal, coloco uma parte aqui. Ironicamente, uma metáfora.

____- Você está vendo esse palito de picolé.? Imagine que esse simples palito de picolé é o amor que eu sinto. [Nesse momento eu enfio o palito na areia, até a metade.] A areia que passaria reto, levada pelo vento, começa a se ajuntar perto do palito. [Eu fico alguns minutos soltando areia fina perto do palito, até que ele suma sob a areia.] E agora, o que você vê.?
____- Um castelo de areia.
____- Sim, e a areia continua a se acumular independente do palito. O castelo vai ficar cada vez maior, mas sem o palito ele nunca teria começado. [O castelo já está consideravelmente grande nessa hora.] E agora, com o castelo já grande, é impossível retirar o palito de dentro dele sem destruí-lo. O que você está vendo agora.?
____- Um castelo, mas não de areia. Um castelo de vento.

____O resto das minhas aventuras eu deixo anotado na minha agenda, junto com algumas carteiras de cigarro rabiscadas e um palito de picolé. Como uma carta esperando para ser entregue. Como um atestado de sanidade. E como uma explicação sobre meu exílio para me encontrar, juntamente com a verdade que tanto busco. A minha verdade. Eu poderia até dizer que não é teimosia e sim convicção, mas essa frase não é minha. Já que li a arte da guerra, chamo de perseverança. Chamo de coragem. Se for preciso, chamo até de loucura. O nome que se dá não importa. Ganhei vários apelidos, mas o que importa é que a voz na minha cabeça me chama de Vento. E nós só confirmamos que isso não é por acaso.

____¿E desde quando alguma coisa acontece por acaso.? No final, nós que não conseguimos viver sem amor vamos acabar nos entendendo.