quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Um moinho cabisbaixo

              Sinto tanto a falta da minha irmã. Sinto falta da coragem medida dela. Era medo, mas ela dava um passo de cada vez e sempre seguia em frente. E disfarçava como uma profissional. Vi ela se arrastando, vi ela saltitando como uma criança brincando com balão, vi ela chorando e vi ela rindo.  E não soube dar valor.  Tantas vezes ela foi exatamente o que eu precisava que ela fosse e quando ela precisou eu não estava lá. Queria poder me culpar, mas eu estava tão perdido na época que já acho válido eu ter sobrevivido a tudo. 

               A saudade me machuca. Quando penso nela bem forte eu choro.  Mas na maioria das vezes que eu lembro dela e penso basicamente duas coisas.  Primeiro torço pra que ela esteja bem. E segundo penso que mesmo longe, o exemplo ficou. E faço o que posso para ficar mais forte.  A marca dos sonhadores  ficou muito melhor nela do que ficaria em mim. E ela me inspira a melhorar, assim como Dulcinéia inspirou o cavaleiro da triste figura. Não peço mais perdão, simplesmente agradeço. Com tapas e colo ela foi (e ainda é) essencial na formação do meu caráter.




It's a nice day to start again.