sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

When I get to the bottom I go back to the top of the slide

              Cronologicamente passaram mais de 30 dias desde a última vez que escrevi aqui. Mas é verão. E o tempo passa diferente no verão. Entre fugir e olhar para mim mesmo, continuo me equilibrando precariamente. Mas certas coisas não mudam. Continuo saindo de casa sem saber exatamente o que vai acontecer. ¿Ou deveria dizer me arrastando pra fora de casa.? Ultimamente tem sido sempre assim. É como pular do topo de um prédio sem saber exatamente como e onde vou aterrissar. O acaso continua aprontando das suas. E um baixo fretless com um crachá amarrado nele está sempre ao alcance da mão quando uma música velha ressuscita. Sinto falta de tocar como sinto falta de mim mesmo.

               Acho engraçada a expressão "fazer as pazes com o passado" da mesma maneira que acho irônico quando alguém me diz "o mar lava todas energias negativas". Como se aquele aguão com horizonte distante fizesse alguma distinção entre o que achamos que é bom ou ruim. Nossas coisinhas pequenas se dissolvem no repuxo porque o mar simplesmente não vê diferença nenhuma.

               E sobre fazer as pazes, preciso urgentemente fazer as pazes com o futuro. As centenas de vezes que repeti pra mim mesmo "um homem sem um plano não é nada" justificam o fato de eu estar me sentindo um nada ultimamente.

                Ao que parece, às vezes é assim mesmo. A vida tem dessas fases que a gente pula do topo de um prédio cai gritando a cada andar "Até aqui, tudo bem".