quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Eu tenho unhas

    A madrugada tem dois horários significativos pra mim. 03h30 foi, por muito tempo, a hora de desmaiar. Por várias vezes sentei para escrever perto dessa hora com um sentimento de , cheguei até aqui, acho que mereço um descanso agora. Essa sensação vem do fato de que quase todo mundo que conheço vai dormir muito antes disso. Então, na minha metáfora de dias com 25 horas, eu achava que meu dia rendia mais. Acabei por me acostumar a dormir pouco. Indo dormir as 3h, conseguia acordas as 8 com uma certa dignidade. Eventualmente, talvez uma vez por semana,  eu chutava o balde e dormia até meio dia. 

    E 05h15 vem de uma época de trabalho. Atrás do balcão e em cima de palcos. Às vezes a madrugada passa rápido. Quando tudo está bem a madrugada passa rápido. E, de repente, já era 5h15 da manhã e parecia que a festa tinha começo uma hora antes. Saudade dessas noites em modo automático. 

    Eventualmente, entendi que quanto mais cedo eu acordasse, mais meu dia renderia. Eu não precisaria ficar acordado até as 3h se acordasse antes que todo mundo. Num dia normal, quando meus amigos acordam eu já pedalei 15km, já li algum livro aleatório ensinando coisas que nunca vou usar e já estou com o baixo na mão a ponto de me preocupar com a tendinite.

    Era um bom plano, mas meu corpo está brigando comigo. E agora, 3h32, eu estou acordado e completamente sem sono. Acho que me tornei um daqueles velhos chatos que nunca dorme e só reclama. 

    De qualquer jeito, saio da cama com  a mesma ordem de sempre: Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima.


E eu tinha um avatar, muito antes de ser moda