quinta-feira, 28 de abril de 2011

2,65 x 10²³, o futuro do pretérito e o reino monera

Tenho andado ausente nos últimos dias. É mais preguiça do que qualquer outra coisa. A confusão anda comigo, mas ela já é quase da família. Dormir e comer sem horário só prá ver aonde isso vai dar.

Não existe possibilidade de texto linear no momento. Existe um compendio de "tudo ao mesmo tempo agora" com ares de "ahh, então é por isso". Tem Pablo Neruda, Tool e Engenheiros. Puedo escribir los versos más tristes esta noche, choosing to be here ouvindo pampa no walkman. Milongas e Chico Buarque. Seguimos abaixo de mau tempo. Marina de la Riva me lembrando que tem show da Julieta Venegas, po rpouco porto alegre. Letras novas e harmonia familiar. Bebeto Alves, Mauro Moraes e Pirisca Grecco tem me explicado muita coisa que eu nem sabia. O meu mate está no floreio onde qualquer milongueiro sangra a ponta dos dedos. São metáforas e são músicas. Um cipreste branco na sombra mais surreal do costado. Memórias e lembranças. Uma camisa do grêmio que carrega um mundo diluído no tom certo do azul. E ela me dá azar.

O bunker continua laranja, o barão ainda tem sua resenha e eu continuo burro. Continuo com fome. Ligando os pontos e tentando me traduzir. Sem me importar muito com o que vão entender. Conteúdos e não recipientes. A decisão de enlouquecer para não ficar louco.

Saudade, né?

terça-feira, 19 de abril de 2011

Uma pulga

Madrugadas de neblina com o chão molhado da garoa. Adoro o outono.

Não sei nem o que dizer. Curiosamente assisto minha alegria e minha inquietação tirando uma queda de braço. Essa semana marca uma mudança. E a mudança leva meus pensamentos sem pedir permissão.

É impossível andar com gigantes sentidno medo de altura.

Terça feira, 20 semanas. Vivendo como se houvesse um amanhã. E com a certeza que ele sempre é melhor.

"Toda quietude revela sabedoria
Não tem valia a pretensão de se dizer
Pois cada um melhora um pouco a cada dia
E a gente sempre vai ter coisas pra aprender"

Pirisca Greco - Em todos os sentidos

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Família espiritual.

Trechos do Mapas do Acaso, do Humberto Gessinger:

Viola caipira é o intrumento que a gente passa metade do tempo afinando e metade do tempo tocadno desafinada. A vida é um pouco assim. A gente pode passar metade do tempo fazendo planos e a outra metade tendo que improvisar.

âncora, vela
qual me leva?
qual me prende?

mapas e bússola
sorte e acaso
quem sabe
do que depende?


Demora um tempo para descobrirmos qual é a nossa família espiritual.[...] São músicos, poetas, arquitetos, pintores, políticos, atletas, escritores, religiosos, amigos... Até parentes podem fazer parte da nossa família espiritual. No primeiro encontro, pinta a sensação de sermos velhos conhecidos, como se um só coração movimentasse nossas correntes sanguíneas. Podem ter vivido em outros séculos, outros continentes. Assim como alguém que tenha o mesmo ofício que a gente, na mesma época, na mesma cidade, pode estar a uma distância inalcansável. Às, levo um susto quando me comparam a pessoas que parecem de outro planeta. Outra família espiritual.
Para que a para quem a gente escreve, toca, pinta e borda? Para satisfazer a tal família espiritual? Para aumentá-la? Para os tais fantasmas, os caras que eu poderia ter sido, as caras que eu poderia ter tido? Enquanto conversávamos, pintou uma legião deles. Não quero cansá-los. Vou deixá-los dormir ou frequentar o sonho de outras pessoas enquanto sigo viagem. É isso, nota mental para a próxima linha:
...seguir viagem.!


A onda agora é outra
Um tsunami arrasador
Eu fecho os olhos, outro mundo.
Vou morar no interior.


Mapas do acaso - HG

terça-feira, 12 de abril de 2011

Mapas do Acaso

O mundo não é simples. Não é tudo preto no branco. Mesmo se fosse, quem já misturou tintas sabe que depois de misturar um pouco de tinta preta numa lata de tinta branca, ela nunca mais vai ser branca de novo. Será sempre cinza. E assim são todas pessoas.

todas as noites eu me dou um pequeno presente. Em algum momento entre a meia noite e a 1h. As vezes eu janto, as vezes eu faço só um sanduíche, as vezes simplesmente esquento mais água pro chimarrão ou faço um capuccino. Não importa o que eu faça, sempre paro um pouquinho pra pensar. Tudo pra´tentar entender o dia que passou. Prá invariavelmente me culpar por pensar que poderia ter feito mais. Vou dormir com essa sensação. Talvez um dia eu me dê por satisfeito. Mas, por enquanto, só me resta pedir o que sempre peço ao Único Acima: nunca me conceda descansar.

Já passou da meia noite. 19 semanas.

Pensei em quartos de hotel. Mas eu acredito mais na força do silêncio. E continua impossível escolher só um cd dos engenheiros como o melhor.E lembrei de tanta coisa ouvindo aquele alemão cantando com uma SG no colo.

sábado, 9 de abril de 2011

No centro do meu coração

Eram frases perdidas, pro tweeter talvez, mas ainda não me dou bem com a idéia de escrever algo sério lá.

Impressiona-me assimilar bem  o fato de ouvir um não sem, no entanto, conseguir dizer não sem balançar.

Não que eu tenha obtido uma vitória completa. Eu simplesmente não tenho mais medo de perder. Isso faz diferença.

Estava relendo velhos textos e foi inevitável perceber uma série de mudanças. Nas minhas atitudes, no meu jeito de pensar. Considerando tudo, percebo que ando vivendo meus dias de forma que não sobre muito tempo para pensar livremente. É uma fuga, eu sei. Conheço bem os caminhos perigosos que meus pensamentos tomam quando deixo eles livres. Também sei que não há mais motivos para fugir. Ter força é quase tão assustador quanto não ter.

Há um texto velho, sempre lembro dele trocando as cordas do Virgílio.

E de tempos em tempos, canto essa música. Tocando o violão bem baixinho para não atrapalhar o silêncio. E sempre mudo o segundo verso. Porque ainda tenho pressa.

Sei que me explicar por paradoxos e querer ser entendido é pedir demais. Pra mim faz sentido. Há uma multidão aqui dentro e eles raramente concordam. Ando tão feliz que chego a ficar triste. Eu acho linda toda e qualquer tristeza que não dói.

Essa é outra mudança que não posso deixar de mencionar. Não dói mais.

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir.

 Muchas gracias, mi cariño.