quarta-feira, 11 de março de 2020

Eu me stresso pra dentro.

        É pra ser só um pouco de nicotina e tabaco enrolados num papel, mas é incrível como faz falta. É pra ser apenas C2H5OH, mas ficar sem beber também me estranha. Eu queria parar de fumar e só enxergava um caminho pra isso: parar de beber. E de repente parei com tudo e fico todo perdido. Não sei onde colocar as mãos. Não sei onde me colocar.  Eu lembro do Osho dizendo que não existe cura porque eu sou a doença. Se a a doença fosse qualquer outra coisa, poderia ser curada. O  único jeito e cessar de ser. Porque não ser é a porta. Não sou mais um fumante, não sou mais um bêbado. E admito que estou com alguma dificuldade pra saber quem eu sou sem minhas bengalas e minhas máscaras. 

       Pego o Virgílio pra tocar porque sei que ele não tem pena. E porque preciso de uma espada pra me defender. Levei muitos anos ensinando ele a não se importar comigo. Eu sinto ele como extensões das minhas mãos e,às vezes, extensão dos meus pensamentos. Não peço pra ele me guiar, mas peço pra me fazer companhia.  E alguém tem que tocar  enquanto eu me perco nas sombras da minha cabeça durante os shows

      Eu sei, eu devia fazer terapia com uma das 123 psicólogas que eu conheço. Mas a verdade é que vou continuar chafurdando nas cinzas procurando o que perdi no fogo.