sábado, 26 de dezembro de 2009

Frases simples e despretenciosas sobre grandes assuntos

Meu amigo, daqui até a vida, a gente vai abraçado,
tu querendo ou não.

Martin Fierro, no meio do corre louco,
provando por A+B que não é mais questão de escolha

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Missa do Galo

_____Dói. Mas é sempre suportável, nao por capacidade, mas por teimosia.
Sozinho não estou. sozinho eu sou, mas acho que não é escolha. Pode ser fuga, talvez seja tudo que me sobrou. A magia me arranca do meu vazio, mas não o diminui em absoluto. É irônico estar sempre com vontade de chorar mesmo sem estar triste. Como quem procura sem saber o que está procurando.

_____Em algum lugar aqui dentro eu preciso achar forças prá subir naquele palco e fazer o que esperam que eu faça. Fazer o que eu tenho que fazer. Já separei minha máscara, aquela mesma toda suja e remendada, a que eu mais gosto. Atrás dos meus cabelos seremos somente eu e minha culpa. Fardo pesado e ruim de carregar. Estar pela metada me faz definhar, mas tudo vai dar certo. Se não hover um coração, pelo menos haverá rum. Medo eu não tenho. Numa mão levo a esperança e na outra levo o diabo. E andamos de mãos dadas carregando um ao outro. Eu acredito. Eu sei. Ainda assim vou rezar. E vai chover.

Um dia eu vou encontrar o que tanto procuro.
Se não for o caso de ser encontrado antes.
Tenho o endereço certo dos suspiros
E tenho as duas moedas para o barqueiro.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Agora sim...

O polleto tanto insistiu que aí está o repertório das mercenárias, na sua rasura original.
E parece-me que me disseram que tem show sábado.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

São moinhos.

Ao som de: Tim Maia Racional - Guiné Bissau, Moçambique e Angola


Vocês não precisam ser santos.

Os santos são muito tensos - mais tensos que os pecadores. Tenho encontrado uns e outros e, quando existe a possibilidade de escolher, dou preferência a companhia dos pecadores. Os santos são a pior companhia, pois tem olhos cheios de julgamento para tudo: deve-se fazer isso, não se deve fazer aquilo. E começam a dominá-los, condenam, humilham, insultam, pois o que fazem está certo e o que vocês fazem não está certo. Envenenaram de tal forma a sua natureza que, se fosse necessário encontrar autênticos criminosos, eles serão encontrados entre os seus santos, e não entre os seus pecadores.

A verdade é que os pecadores não tem feito nenhum grande mal a ninguém.


E continua sendo possível enganar uns poucos por muito tempo.
Da mesma forma que é possível enganar muitos por pouco tempo.
Com a dose certa de astúcia, é possível até enganar muitos por muito tempo.
Mas continua sendo impossível enganar todos para sempre.
E enganar a si mesmo não é tão simples quanto parece.

A verdade vos libertará, de fato. Mas o preço vai ter que ser pago.

São Gigantes.

Ao som do barulho monótono do ventilador.

- De novo uma raposa.?
- Simboliza muito mais que o sol
- Vou entender isso como uma ironia. Se todo mundo tivesse louvado uma raposa em vez do sol tenho certeza que tu apareceria vestido de sol.
- Poderia ser uma estrela também.
- Nah, estrela tem relação com a idéia de guiar. E eu já saquei faz tempo que o teu esquema não tem nada a ver com guiar pessoas. Fica com a raposa mesmo, é mais fácil levar uma raposa a sério do que um cordeiro, por exemplo. São só símbolos e o teu livro tá cheio de símbolos ridículos.
- Coisa dos homens daquela época.
- Tu não sente uma espécie de vergonha alheia por causa de tudo isso.?
- Não tem porque. Dar o livre arbítrio foi o equivalente a dizer "eu não me importo". Isso de guiar pessoas nunca daria certo.
- Bate um arrependimento.?
- De vez enquando eu fico perplexo com a capacidade de vocês para fazer o mal. Mas tem muita coisa boa debaixo do céu. Nem tudo me entristece. As vezes as coisas acontecem maravilhosamente bem sem nenhuam intervenção minha. Pequenos momentos que serão memoráveis pela eternidade.
- Pessoas também?
- Sim... sim... e pessoas. Tantas pessoas que mudaram e revolucionaram tudo e que se perderam na memória de vocês. Mas eu me lembro de todos
- Mas isso me faz pensar que lembrar das coisas pra sempre não é fácil.
- Pode ser, mas é bem melhor do que esquecer.
...
- Mas enfim, porque estamos aqui mesmo.?
- Porque podemos. E porque roubaram a placa de ferro que ficava no portão de auchwitz. É o segundo portão mais macabro que tenho notícia. Isso me lembra uma coisa: Tu sabe onde foi parar meu cavalo.? Queria saber como ele está.?
- Claro que sei. A nova dona está usando ele. Ele não parece feliz, mas com certeza parece sereno e em paz. Parece o antigo dono.
...

- Está anoitecendo. Precisamos ir. Tu tem as tuas preces pra atender e eu as minhas pra fazer. O mundo não pára.
- Tu ainda quer a mesma coisa.?
- Claro. Nunca me conceda descansar. E não esquece de mim.

E veio o Zéfiro, soprando suave e agradável do oeste.
E cada vento sopra como tem que soprar.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Eu me chamo Vento...

Ao som de Pirisca Grecco - Sumo de mim

São dias estranhos. Acordo quando amanhece e esquento a água sem deixar ferver. Trato de ler o jornal antes que a minha mãe suma com ele. Encho a cuia de agua fria para assentar a erva e vou lá fora andar na grama de pé descalso enquanto fico tirando a agua fria da cuia. A grama orvalhada e o sol nascendo me dão uma lição de vida sem igual. Com a água quente na térmica cheia, pego o Virgílio, meu metrônomo e minha estante de partituras e fico estudando como se não houvesse amanhã. Às vezes o braço dói, as vezes não consigo ler algum compasso. Às vezes é difícil se concentrar. Essa é minha manhã.

Depois do almoço, deito na cama e durmo com um livro do Jayme Caetano Braun no colo. Ouvindo Pirisca Grecco e sua banda de ciborgues. O sono vem manso, sem culpa, sem pressa. Quando levanto, troco de livro: segredos da improvisação, do Nico Assumpção. Eu, o Metrônomo e o Virgílio de novo. Espero o anoitecer com pressa e quando ele finalmente chega, me cativa enquanto caminho sem rumo pelas ruas do meu bairro. Caminho devagar, prestando atenção nos detalhes que tantas vezes passaram despercebidos.

Com o cabelo e com as asas molhadas de um banho frio, a madrugada é minha. Tudo soando baixinho, pra não atrapalhar o silêncio que eu tanto venero. Rabisco palavras no meu diário e bolinhas nas minahs partituras. Olhando pros dois encontro muitas respostas sobre mim mesmo. A chuva aparece pra me fazer companhia quando eu menos espero. E é com ela que eu durmo um pouco, enquanto espero o amanhecer, sem pressa nenhuma.

Ter uma vida de novo não é nada mal.


"Quando cantava se via naquele olhar machucado
o pensamento empacado nalguma reminiscência,
talvez a velha querência longe na barra pampeana...
talvez alguma paisana desgarronada na ausência...

Numa milonga macia, numa cifra - num estilo
nunca se viu como aquilo tamanha fidelidade,
ora olfateando saudade numa nostalgia langue;
ora farejando sangue num berro de liberdade."
- J.C.B. - Hermano

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

¿E se a estrela ñ se importa em atender pedidos?

euforia
s. f.
1. Sensação fisiológica de bem-estar.
2. Facilidade com que se suporta uma doença ou uma crise que a modifica

catarse (z)
(grego kátharsis, -eós, purificação)
s. f.
1. Filos. Palavra pela qual Aristóteles designa a “purificação” sentida pelos espectadores !e pelos atores durante e após uma representação dramática.
2. Método psicanalítico que consiste em trazer à consciência recordações recalcadas.
3. Libertação de emoção ou sentimento que sofreu repressão.

Euforicamente falando, eu obtive a minha merecida catarse. Depois de tanto olhar pra cima quando estava tocando, foi bom ver o rosto familiar do chão do palco. Faltou o Virgílio, mas o que é dele está guardado. Ganhei um abraço prá me ajudar a levantar. O resto da mágoa eu afogo com chuimarrão.

Amanhã falo mais da festa. E da banda que nós inventamos. E de como mentiras me enojam.


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Cápsulas

O diabo mora ao lado, como eu sempre houvera sabido, mesmo sem ter conseguido provar antes.

Tem gente que faz falta naquele bar, tem gente que sobra e tem os essenciais que estão exatamente onde dveriam estar. O time trambicagem tem trincheira cativa no canto oeste do bar.

Tudo meio previsível, mas ainda assim fico muito triste. Mas mas não há problema. Não seria eu se não doesse.

E nem vou tentar me convencer que vou largar dessa vida.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A trégua

Conversas com cotas
Poucas palavras, alguns cigarros e muitas verdades.

É bom saber que me enxergam
Posso não gostar da imagem que os outros tem de mim, mas acho muito bonito alguém conseguir me enxergar como eu sou.

Não sou ruim. Tenho meus personagens, tenho uma série de personagens, mas minha essência é a mesma. Fiz mal a muita gente. Muita gente me fez mal. E a vida continuo igual. Com o próprio único acima tenho uma relação baseada em imprópérios, cobranças e castigos. Ainda assim nos entendemos. O tempo me ensinou a ceder. E a Dona Morte me ensinou que ninguém é mau por dentro.

O Tiago está longe. Aquele em cima das mesas com o brilho no olhar era eu. Só que esse brilho nunca foi propriamente meu. Sou um espelho. Reflito exatamente o que vejo. E o reflexo vai, sem julgamento, sem peso, sem preocupação.

¿Porque agora? Prá quem viu o que viu, não deve ser difícil achar a resposta. Até lá, continua o mesmo conselho, que saiu como uma ordem, mas que na verdade é um pedido:
Vai ser feliz.

Ah, outra coisa, o circo não tem nada a ver comigo. O Vento também está longe e ele não se importa. Espelhos também refletem distâncias.

Qualquer coisa que eu escreva a mais seria desnecessária. Continuo falando melhor através dos silêncios. E dos meus olhares gritantes.

E não há mal que sempre dure.
E não há bem que nunca acabe.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Frases simples e despretenciosas sobre grandes assuntos

"Algumas pessoas acham que foco significa dizer sim para a coisa em que você irá se focar. Mas não é nada disso.
Significa dizer não às centenas de outras boas ideias que existem.
Você precisa selecionar cuidadosamente.”


Steve Jobs, CEO da Apple,
um gênio e um ligador de pontos.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Uma taipa gigante no açude deste mundo

Ao som de Pirisca Grecco (gracias Martin Fierro)

Sumo de Mim

Eu sou escravo das patas do meu cavalo
Onde elas batem também bate o meu destino
Vou feito a luz rompendo auroras do futuro
Meu canto é puro, meu galope um desatino.

A fé que trago embandeirada no peito
Torna meu jeito abagualado mais sereno
E o meu sorriso se concebe a cada passo
Quando me alço e de horizontes me enveneno

E hei, vida vê, que sina de louco
Eu falo pouco para o tanto que conheço
E tenho visto tanta coisa nesse mundo
Que sei ao fundo o que sou e o que pareço

Pareço o vento sem saber pra onde vou,
Mas chego sempre onde preciso me achegar,
Talvez por força de algum Deus
Peregrino como eu
Ou pelo tino, sumo e volto a me encontrar

Pirisca Grecco - Sumo de mim

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Antes de dormir

Foi inevitável, fiquei cantarolandoo dia inteiro




I'm looking at you through the glass
Don't know how much time has passed
Oh God, it feels like forever
But no one ever tells you that forever
Feels like home, sitting all alone inside your head

How do you feel? That is the question
But I forget, you don't expect an easy answer
When something like a soul becomes
Initialized and folded up like paper dolls and little notes
You can't expect a bit of hopes
So while you're outside looking in
Describing what you see
Remember what you're staring at is me

'Cuz I'm looking at you through the glass
Don't know how much time has passed
All I know is that it feels like forever
No one ever tells you that forever
Feels like home, sitting all alone inside your head

How much is real? So much to question
An epidemic of the mannequins
Contaminating everything
When thought came from the heart
It never did right from the start
Just listen to the noises
(no more instead voices)
Before you tell yourself it's just a different scene
Remember it's just different from what you've seen

And it's the stars, the stars
That shine for you, yeah
And it's the stars, the stars
That lie to you, yeah

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A Blaze of Glory

Ao som das músicas novas da Salve Ferris

E finalmente eu e o Campa tocamos juntos. Foi muito bom. Até a chuva deu uma passada na cidade na tarde para desejar boa sorte.

Perdi-me na letra de through the glass. Perdi-me num olhar. E no meio de um solo em Mi menor.
Mas, ¿e daí? level-up prá mim. Continuo invisível atrás dos cabelos. Saí do palco com a perna doendo de tanto bater o pé no chão e com sorriso bobo de criança. Noite memorável.

P.S.
Não vou falar nada sobre sábado.
O velho feitiço estava lá.
E eu ali, no meio do rodamoinho, fazendo o que faço de melhor, para o bem e para o mal.

Ventando.

P.S.2
Tu podes continuar longe, tenho certeza que, mesmo bêbado de domecq, não falei chinês. Fui sincero e tenho certeza que fui bem claro.


P.S. 3 Campa e Gra... Mil vezes obrigado.