segunda-feira, 5 de julho de 2010

Acabou

Ou: OS Luisíadas

@Gravação: Show na quinta e logo depois do show me tranco no estúdio no melhor estilo empreitada para terminar o cd. Eram 4.00 da manhã. Entre gravações, surtos, o tempo foi passando. E o prazo final já tinah passado havia horas. Quando a casa tava quase caindo o Pezzi tocou Moonlight Sonata e eu voltei pro prumo. Quando eu não ouvia mais nada. aplicava EQ, compressor e Rever como um macaquinho bem treinado e tudo ficava melhor. Quando eu estava gravando a Master, percebi as discrepâncias de volume e não tive forças nem para não me importar. Apertei o Burn como que assinando minha carta de alforria. E depois de 16 horas mixando e gravando direto, depois de 55 horas sem dormir, simplesmente desmaiei no chão.

Acordei do desmaio algumas horas depois a tempo de jantar com o Pezzi. Comida descente, pra variar. Depois de um vinho e de um picanha estávamos prontos para começarmos a trabalhar na segunda e última parte da nossa marchada: tocar no show de lançamento do cd do artista. Com um balde de café e muita paciência, la´fomos nós tentar decifrar as músicas do show, para, na medida do possível, errarmos todo mundo junto. Quando a cafeína acabou, acabou tambén nossa energia e nossa vontade de entender os acordes de um violão desafinado. Tínhamso 6 músicas em condições de serem tocadas. Era pouco, mas era tudo. E assim a sexta feira terminou e eu pude dormir numa cama.

@Show: No sábado a caminho do teatro eu recebo uma ligação do Pezzi dizendo que a brilhante produção tinha decorado todo o palco do teatro e que não havia espaço para o piano. Logo depois tentaram colocar uma cômoda na minha frente. Eu já não estava sorrindo quando o ensaio começou. O ensaio, não preciso nem dizer, foi uma bosta, mas no final de tudo eu ganhei um belo presente, consegui fazer uma jam session com o Lucio Yanel. Só eu, ele, o teatro vazio e o velho Lá menor de sempre. O sorriso voltou e eu tinha uma certeza tão ou mais mística que a Celeste Uruguaya: eu iria até o fim.

O show, como é óbvio de se supor, foi outra bosta. Um engodo. Um embuste. Um compêndio de mobralismos. Vi muita gente dormindo. Vi um baterista autista. Vi um cara me resenhando depois do show dizendo que ia me mandar uma bússola. E vi um "acabou" de alívio quando o show finalmente acabou. E dali eu fugi para a paz que eu tanto merecia. Ouvindo Red Hot e tomando vinho, acabei na minha cama. Dormi não por estar cansado, mas porque era justo que eu dormisse. Acordei sorrindo. Acordei feliz. Acordei leve.

Domingo com chimarrão no parque para colocar a cabeça no lugar e o coração no compasso certo. De noite, ainda ao som de Red Hot, acabei comendo cachorro quente e casando.

E agora eu finalmente vou dormir. Chorei de cantinho enquanto recebia colo. Ter alguém que queira e consiga cuidar de mim é uma novidade e tanto. Deixo também meu mais sincero e humilde agradecimento aos outros dois Luíses. Eles foram imprescindíveis para a finalização do CD. Kiko Favero e Maurício Pezzi. Sim, nós 3 temos o mesmo nome. E, se bobiar, a mesma demência. E, Barão, gracias pela Vuvuzela.

E agora eu vou dormir, mas não sem antes postar a minha ficha técnica do cd, que no encarte acabou saindo pela metade.


Violão, Voz, Violão 7 cordas e Percussão (todos num tempo alternativo): Diego Max
Teclados num nível Chico Xavier: Maurício Pezzi
Contrabaixo e milagres no Protools: Vento Tiago Breda
Bateria e percussão : Rafael Froner
Produção: Maurício "El Gaucho" Kehrwald e Diego Max
Encheção de saco e aromatização do estúdio com Free Azul: Rogélia Kehrwald
Mobraismo e falta de noção SEVERA: Digo max, filho do reconhecido mestre Lúcio Yanel
Puxadas de tapede periódicas e sem aviso prévio: Maurício Kehrwald
Passada de pano e preocupações aleatórias: Anderson fé morta
Resenha em tempo real, o tempo todo: TODOS, SEM EXCESSÃO

Agradecimento especial aos nóias que insistentemente bateram na porta do estúdio pedindo um apoio e aos caras da boca do lado do estúdio que deixaram a gente devolver os cascos das "skóis" depois.

Um comentário:

  1. Mais uma grande história em um grande post. Grande blog, grande escritor.

    Estamos sempre acompanhando e sentindo saudades das risadas molhadas pelo néctar da vida etílica.

    Abração Vento!

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