sexta-feira, 6 de abril de 2007

It dawned on me

_____Nove e meia da manhã me parece uma boa hora para chegar em casa e considerar a festa acabada. Meus pais foram viajar e o som do meu baixo é a única coisa que preenche o vazio da minha casa. Lençóis psicodélicos na minha cama me trazem lembranças esquisitas. Não é tristeza, é apenas uma percepção diferenciada das coisas. Fiquei a semana inteira me arrastando e de repente, em 15 minutos eu tinha toda vontade do mundo. A noite seria minha. O feriado seria meu. Toda minha energia vem em parte de uma conversa na noite/madrugada de quarta feira. Tinha esquecido como é bom conversar com alguém que participa da conversa. Um diálogo envolvendo duas pessoas na mesma energia em vez de uma palestra. Meu Deus, como eu senti falta disso.
_____Janta com o Potro. Conversas engraçadas e sérias. Campeonatos de Futebol no vídeo game carregados de significado. Espero que as crianças não cometam os mesmos erros. Há tantas lições novas para aprender.
_____Parei na frente do caminho. Olhei para a Lua no céu, senti o vento gelado do outono que finalmente chegou. Senti vontade de fumar, senti vontade de entrar. Lembrei de todos os erros que cometi quando achei que tinha poder de fazer qualquer coisa sem nenhuma conseqüência. Lembrei de uma vez que não me deixaram entrar lá num sábado esquecido dos meus 17. Lembrei de tantas coisas boas que aconteceram naquela noite. Há males que vem para o bem. Não entrei. Não sorri por causa dessa decisão, mas senti um certo alívio por estar fazendo o que consideramos certo. Nada pela metade. Ninguém pela metade.
_____Revival, não sabia porque estava indo, mas quando vi o Bradock saindo do banheiro eu entendi e agradeci por estar lá. Minha prima me deixando sem jeito quando me deu oi. O Castor finalmente assumindo o personagem. As mulheres sarnas enchendo o saco dos meus amigos. Senti falta da Cíntia. Foi uma festa boa para ser analisada. E boa para ser vivida. É tão estranho assim eu tomar bacardi límon em doses em vez de litros.?
_____No La Barra vendem Patrícias. Saudade não se afoga com cervejas con acento uruguayo. Nem vontade, nem arrependimento, nem desejo.


(Falando em arrependimento, eu sei bem que você não ficou assim por que quis, sei também o que você sente e o que eu sinto. Estamos confusos. As vezes te odeio e as vezes de amo. Sempre lembro de você ouvindo Paralamas. A culpa se mostra um fardo grande a ser carregado, mas foram os erros que eu cometi que me trouxeram até onde estou. Você não pode rir ou fazer pouco caso das minhas cicatrizes, você foi ferida da mesma forma. Sou um espelho e você sabe muito bem o que sou eu e o que é apenas reflexo. Não finja que não sabe. E por favor, não me trate mais assim, por mais que você tenha motivos)


_____Vagão.? Sim. Porque não.? A menina da portaria simplesmente ordenou que eu não pagasse entrada. O Taloco no banheiro, O Pablito bêbado e sorrindo um sorriso bom de se ver. O Aurélio meio bêbado, o pessoal da Edon, o Miro, cancheiro por excelência na noite. O bar, tão diferente. Tão igual. Tão nosso. Cheio de pedaços de almas. Tão vivo. Tão intenso. “Nada melhor que um tempo após um contratempo, pro meu coração”.
_____Por que sem querer peguei a bíblia.? Bom, Mateus não tem nada a ver com uma escala de Em. Vou parar em Corintios, pra variar. Indiferente a tudo, um churrasco hoje parece ser um acontecimento interessante.
_____Desisti de dormir, vou continuar tocando baixo até o Carlito acordar. Depois vou encarnar o Deus da guerra e o resto é resto.

Termino a noite dizendo que foi uma honra ter participado. Se o resto do feriado vai ser meu, eu não sei. Só sei que o amanhecer foi. E a noite também. Entreguei a escuridão para o sol sem me apegar. Chega de sombras, chega de metades.

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