domingo, 30 de agosto de 2015

Rally dos sertões

             3 GPS diferentes no carro, era lógico que isso era prenúncio de uma tragédia.

            No começo tudo era festa. Sinal de todas as operadoras bombando, bateria quase cheia. Até um momento em que a voz do GPS titular manda dobrar a direita e sem nem mesmo perceber estávamos numa estrada digna do rally dos sertões. Cada vez que o motora conseguia engatar a terceira marcha a gente comemorava como um gol. Teoricamente seriam só 20km naquele inferno. Depois de 1 hora pra fazer aquele trecho, caímos numa estrada de chão que era melhor do que o asfalto de antes - mas não muito. Por pura teimosia e seguindo um GPS canhestro, íamos em direção ao asfalto como um náufrago nadaria em direção à terra. 

       Já estávamos no asfalto fazia uns 5 minutos quando paramos pra pra pedir informação. De repente 4 maranhenses desatam a falar e teorizar e discutir entre eles sobre o melhor caminho. Eles não chegaram em consenso nenhum e dois deles estavam realmente engajados em nos convencer sobre o melhor caminho: um deles para o leste e outro deles para o oeste. Depois e uns 15 minutos nessa situação, achamos melhor evitar o trecho descrito por um senhor banguela como "um monte de nada, jegue e quebra-molas " e tocamos para o leste. Acho que cabe aqui dizer uma informação relevante: o nosso destino ficava para oeste, Praticamente numa linha reta. Claro que isso gerou uma discussão dentro do carro também. 

            A estrada nos leva para uma cidade pequena e aparece um posto Ipiranga, piada pronta sobre parar e perguntar o caminho. Até porque a esta altura do campeonato já estava quase escurecendo e sinal de celular era um luxo que não tínhamos fazia muito tempo. Um cara olha pra nós e antes sequer de começar a explicar pede pra gente anotar. Quando ele começou a indicar o caminho com distâncias e pontos de referência muito claros, senti uma certa esperança: a estrada era boa e os índios não estavam bloqueando a rua ultimamente. -¿COMO ASSIM ÍNDIOS.? A estrada passava pelo meio de uma reserva indígena e as vezes rolava uns assaltos/pedágios ao atravessar o território deles.

         No final, não deu nada. Há uma força no universo que protege os bêbados, as crianças e os retardados. Olhando para as 5 pessoas no carro, me senti FORTEMENTE protegido. Aliás, outro adendo. Carros não foram feitos pra 5 pessoas. Pode até parecer que sim, mas na prática simplesmente não funciona. Esse foi nosso caminho final. Não consigo precisar o ponto exato, mas não posso deixar de comentar que no meio dessa trip, na parte mais escura do caminho, surge na nossa frente um caminhão de Anta Gorda -RS. Uma boa oportunidade para confirmar que gaúchos são uma peste que ainda vai dominar o mundo.



         Depois de 14 horas de viagem, chegamos a Estreito-MA, uma cidade quase no tocantins. A mesma população de Flores da Cunha sendo uma área 10x maior. Sobre o hotel em que vou passar a semana, uma imagem diz mais que mil palavras.


         A última semana antes de voltar pro sul por uns dias promete ser longa. A engenharia de a cavalo me persegue.

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