terça-feira, 1 de setembro de 2015

O Mad Max tupiniquim sobre duas rodas


              As vezes meu face atualiza com alguma mensagem sobre blitz na pinheiro ou "não passa nada na sinimbu". Quando eu vejo isso eu me sinto como se caxias do sul ficasse em outro planeta de tão longe. Mas aí, na mesma tarde eu recebo duas coisas que fazem com que eu me sinta em casa: um desenho feito por um autista e uma mensagem do Marcelo Pedroso no whats: "guardei o Yoshi pra vc". Tinha um yoshi de pelúcia no vagão e o Marmelo sabe quantas vezes eu pensei em roubar aquele dinossauro verde. Nunca consegui.  Não que não tivessem rolado várias oportunidades, mas roubar do único chefe que tive que não me deixava trabalhar como se ele estivesse contra mim era impensável.  E no fim, com todo o caos que fechar um bar envolve, ele lembrou de mim...Muchas muchas gracias, Jefe.




            Nunca senti tanto calor na vida quanto aqui em Estreito. A relação suor x quantidade de água que se toma torna a bexiga quase inútil. Por mais água que se tome, mijar é quase impossível. E quando soltei o primeiro bah dentro do mercado, a mulher do caixa me perguntou se eu também era de Anta Gorda.  Descobri que além do caminhão que eu vi na estrada pra cá, tem vários antagordenses na cidade. Eu preciso encontrá-los nem que seja só pra perguntar que diabos eles estão fazendo aqui.

                   É impossível ficar na rua sem que a cada cinco minutos apareça um habitante local numa bicicleta ou numa moto  - ou mesmo a pé - vendendo alguma coisa: água de coco, sucos, saladas de frutas, salgados de origem (e cor) duvidosas. Outra coisa que chama a atenção são os paredões de som. Não basta colocar  muito som nos carros, é preciso que eles fiquem empilhados e sejam grandes. Ainda não encontrei uma caminhonete sem um monte de alto falantes e cornetas na caçamba.  

                   E a quantidade de motos aqui é impressionante. Chego a pensar que aqui tem mais motos do que pessoas. E em cada quadra, umas 8 ou 9 lojas de alguma coisa relacionada com motos. Mas mesmo com toda movimentação, há um ar de cidade fantasma aqui. O mormaço faz com que eu espere ver a qualquer momento um daqueles tufos de feno rolando.

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