Minha última postagem dessa primeira parte da viagem, deveria ter 3 tópicos: Paragominas, o Guaraná Jesus e a Lua. Mas eu sei que vou me estender mais.
Paragominas: Um lugar aconchegante apeliado carinhosamente de paragobalas. Sabe aquelas novelas de época com um coronel. Imagine isso, mas tire o Antônio Fagundes e coloque o Sarney coronelando. E em vez de uma plantação de café ou alguma lavoura aleatória, com um drama sobre escravos, imagine um grande risca faca, do tamanho de uma cidade com um pseudo shopping e uma praça hexagonal no meio. MUITA GENTE feia, pessoas andando armadas, kombis e o tradicional calor pós apocalíptico. Que lugar!
E nunca se esqueçam que existe um lugar, um único lugar na terra onde existe um refrigerante que vende mais que coca- cola, Este lugar é o Maranhão. A coisa é tão absurda que a coca comprou o guaraná jesus pra freiar o crescimento dele. E não adianta, eu nunca vou conseguir explicar como um refrigerante ruim, que tem gosto de recheio de babalu com canela, vende mais que coca. Uma solução gaseificada com cor de detergente que tem tanto sódio que chega a dar sede. Eu mesmo não entendo. Fica como sugestão de pauta para o profissão repórter.
Vi duas luas cheias aqui no norte. Uma numa balsa entre o Pará e o Amazonas e outra lá em Estreito. Preciso dizer que todas as vezes que eu vi o sol se pondo foi emocionante. Mas quando a lua cheia surge no horizonte aqui no norte, dá vontade de ajoelhar pra agradecer melhor o espetáculo. Vermelha, e gigante, parece que ela está ao alcance da mão.
Mais uma última coisa coisa. Estou conhecendo muitos lugares fantásticos, mas o que me toca mais são as pessoas. No meio do sertão eu vi um menino chamando um cachorrinho de baleia. Antes de pular no Amazonas uma menina chamada Antoniele me pegou pela mão pra me dar coragem. Encontrei um grupo de americanos falando russo. Um libanês me ofereceu tabaco. Lugares são lugares e eu não quero negar a energia, a beleza ou o misticismo presente em alguns pontos, mas eu ainda acho que a verdade de cada um se reflete muito mais naqueles que nos cercam na geografia do lugar. E "Sertão é isto: o senhor empurra para trás, mas de repente ele volta a rodear o senhor dos lados. Sertão é quando menos se espera. O Sertão é dentro da gente."
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