terça-feira, 25 de agosto de 2015

Só levo a certeza de que muito pouco sei. Ou nada sei.

        Depois de dois dias de viagem cheguei em São Luis do Maranhão. Tudo fica mais longe quando se viaja de caminhão. As pessoas aqui falam diferente, mas basicamente tudo segue igual. Continuo comendo e dormindo de forma precária e sorrindo como se não me importasse. O caminho da floresta densa rumo ao semi árido foi conforme o previsto. A umidade da floresta tornava o calor pegajoso, mas lá na amazônia as sombras eram doces e confortáveis. Aqui o sol é mais cruel e tudo com vida parece estar lutando prá sobreviver.

           Chegando no posto de gasolina tentando comprar uma garrafa pet de gasolina para limpar umas peças sujas de óleo. Depois de um tempinho com o frentista não querendo vender, o produtor saiu do carro e mandou sem hesitar: Tu sabe quem eu sou.? Sou sobrinho do Sarney. Eu queria deitar o chão pra rir enquanto o frentista chamava o gerente... que encheu a garrafa pet de gasolina sem perguntar mais nada. 

         Preciso admitir que voltei com um velho vício: esfirras do Habibs. E o Habibs é aquela coisa: de repente tu está comendo lá 2 vezes por dia 3 vezes por semana e não se dá conta. Montar o palco móvel no estacionamento de um shopping tem dessas coisas. E ter uma jornada de trabalho que começa 0630 e termina 21h não ajuda em nada.

        Pequeno parêntese em tudo. Eu tinha um trauma. Eu nunca havia terminado o Zelda do super nintendo. Não que o jogo fosse impossível, mas eu relacionava ele com uma parte do meu passado. No meio dessa minha viagem eu percebi que estava na hora de deixar mais essa parte do passado pra trás. Numa madrugada sem sono no computador eu terminei zelda, peguei o triforce (eu sempre penso em tatuar o triforce) salvei o mundo e a princesa. E deixei a Master Sword no lugar dela até ela ser necessária de novo. E acabou. Simbolicamente acabou. O passado ficou pra trás, deletei o jogo e sei que não volto mais pra esse capítulo. Fecha parênteses.


Quanto mais coisas vejo, quanto mais longe tento enxergar, mais coisas descubro sobre mim mesmo. Mais fundo enxergo naquilo que sou. O fora e o dentro continuam ligados. Assim segue a viagem. 

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