quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Na guarda o guerreiro levanta a cabeça, truta..

        Uma coisa eu aprendi com o kiko: as histórias dele, mesmo sendo absurdas e non sense, sempre são verdades. Eu sei disso poque acompanhei algumas delas.  Uma vez ele me disse que tinha visto um cara consertar um catamarã com fita tape. Hoje, quando vi um carinha tirando água de uma canoa com um caneco, perguntei se ele queria que eu consertasse a canoa dele. Ele riu da minha cara e perguntou quanto eu ia cobrar. Depois que eu disse que era de graça, ele virou a canoa na areia e me mostrou por onde entrava água. Com um pano e uma lixa improvisada dei uma limpada no lugar e depois mandei fita tape sem dó. Não quis queimar, deixamos ela no sol por uns 30 minutos com 35°e depois fomos fazer o teste. Quando colocamos ela de volta na água, não entrou nenhuma gota. E os níveis de gambiarra vão subindo cada vez mais. E o cara não entendeu nada quando eu agradeci ele.

         Passei por um moleque de uns 16 anos ouvindo racionais no celular. Esse mesmo moleque estava tomando uma garrafa de cachaça na pracinha da cidade antes do meio dia. Pensei comigo "esse deve ser o vida loka local". Claro que ele me viu e fez a coisa mais certa que um vida loka poderia fazer: Me pediu um cigarro e me contou uma caminhada sem pé nem cabeça.  Falando em pracinha, vi uma coisa engraçada e triste ao mesmo tempo. Nessa vilazinha no meio da amazônia não tem internet, a não ser por um sinal de wifi da prefeitura que pega forte na praça. Então, no fim da tarde, quase noite, tem um monte de  gente na praça, todo mundo sentado perto... mas quase ninguém está conversano. Estão todos com um celular na mão. Quando eu vi essa cena tomei um choque de realidade. Mais triste do que engraçado.

        Eu devia ter trazido a arte da guerra comigo. Tenho visto muitas coisas que me lembram ele e infelizmente não são aquelas partes em que o sun tzu faz tudo certo e chuta bundas.

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