Ao som de: Pouca Vogal - Tententender
Show do Humberto Gessinger no Iguatemi. Eu tinha mesmo que comprar o livro. E foi assim que eu me convenci a ir.
É fantástico ver o público cantando junto. Mas cantando baixinho. como que em sinal de respeito. Devoção talvez. E aquele alemão cantando as músicas desconhecidas, defendendo elas como filhos que ficaram mais mirrados que os outros. Eu mesmo não consigo cantar. Fico quieto. Vendo as histórias da minha vida passando uma a uma enquanto eu me esforço para esconder algumas lágrimas teimosas que insistem em cair.
Resolvi que ia pedir um autógrafo na letra de alguma música. Pensei que ia ser difícil escolher uma só, já que quase todas me dizem alguma coisa, cheias de entrelinhas. Pensei em Dom Quixote, refrão de um bolero, violência travestida... No final, quando vi ilex paraguaiensis, eu tive certeza que seria nela.
O livro é muito bom. Teria 123 razões para afirmar isso, mas pra ser sincero, o livro e as músicas realmente falam por sim. Estou olhando pra ele agora. Passei a madrugada lendo e relendo. Ele é novo, mas já parece gasto. Mas um gasto bom. O mesmo gasto dos meus cds dos engenheiros. O mesmo gasto do E na sétima casa do Virgílio. O mesmo gasto daquele tênis que estava todo remendado com fita tape e que eu não trocaria por nenhum tênis novo. É um gasto que o tempo dá. Mas um tempo qualitativo e não quantitativo.
Você pensava que o tempo era linear.? Só as vezes, quando ele cansa. O Einsten chamava isso de relatividade, eu chamo de intensidade.
E intensidade é assim mesmo. Uma metáfora impossível.
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