quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A dor ainda me odeia...

Ao som de Pirisca Greco - De cima do arreio

_____Enquanto isso a dor fica aqui comigo. E acabo por não reclamar já que entendo que ela serve muito bem para manter o que restou da minha sanidade. É um mundo estranho esse que a dor evita a loucura. Fico impressionado com a imagem que as pessoas tem de mim. Como se eu conseguisse ser duas pessoas completamente diferentes. E me crucificam por mentiroso no exato momento em que estou sendo mais sincero. Essa ironias me quebram.

_____Acabei por contruir um belo abismo. A vista dele é linda, mas o vazio é insuportável. E lá vou eu preenchê-lo com água salgada, ainda por amor as causas perdidas. Não vou desistir de mim.Mas é difícil deixar prá trás. Aceitar as coisas assim...

_____Volta um texto mais velho que a bíblia, mas que me serve no momento.:

_____O Vento fica fechado dentro de si mesmo. Há noites em que ele se sabe sozinho, e da solidão ele tenta tirar a força que ele preciraria ter. A força que acham que ele tem. Sempre me lembro dessas noites solitárias durante as tardes de domingo que duram prá sempre. Nessas noites e nessas tardes em que o debate entre a fé e o medo dividem tudo que eu considero real, o que é irreal acaba se tornado concreto. Concreto por ser a única coisa em que posso me agarrar. Eu começo a conhecer o Vento. Na realidade ele não existe. E eu sou o intervalo entre o que desejo ser e o que os outros me fizeram. Ou a metade deste intervalo. Porque também há vida em mim. As músicas que nós tocamos vão contando histórias e sentimentos desconexos. A vida deve ser assim mesmo: de um extremo ao outro. Pelo menos essa é a escolha que ele lembra ter feito. Viver tudo intensamente. Tanto a dor quando a alegria. O amor e o ódio. A cabeça e o coração. A Verdade e a mentira. Tudo isso vivido com tanta intensidade que as vezes ele sente como se um pedaço da sua alma fosse arrancado. O medo vem de saber que alguns desses pedaços nunca mais vão voltar.
_____Nunca saberei se ele tem todo o poder que dizem que ele tem. Nunca saberei se sou mais ele ou eu. Sei apenas que o Vento , mesmo sendo a mais feliz e a mais livre das criaturas que vivem sob o sol, tb sofre. O Vento tb sofre. Hoje quero apagar a luz e fechar as portas do meu quarto e do meu coração, para não mais ouvir essas vozes malucas no meu corredor e para que o silêncio seja maior do que todos esses sons que me ensurdecem. Ficarei apenas eu no meu quarto, com o grande sossego de mim mesmo. É um universo barato, mas é o meu...

Pîc Pîc Pîc

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