domingo, 26 de outubro de 2008

O revival é uma vaca


Ao som de: Dream theater - Paradigm shift


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Deixei acumular muita coisa. Acabei não escrevendo durante a semana porque senti que estava no meio de um processo. E eu realmente não sabia onde as coisas iam parar. Vai ser um texto longo.

_____Na quarta eu acabei num bar pequeno tocando com gente grande. Foi uma boa oportunidade de colocar em prática uma coisa que eu aprendi a duras penas: humildade. Sempre acho lamentável quando fica algum músico chato na frente do palco enchendo o saco da banda pra tocar uma música. E normalmente quando a banda chama esse músico pro palco o resultado é uma bosta sonora, ou porque o cara não sabe tocar a música ou porque ele está bêbado. Eu até poderia falar sobre a bagunça no fluxo da energia, mas aí o buraco seria mais embaixo. Enfim, eu acho um saco quando fica algum mala pedindo pra tocar porque quer chamar a atenção. Na quarta fiquei na minha, até porque minha mesa cheia de papel de bala 7 belo era o melhor lugar que eu poderia estar naquela hora. Não vou dizer que foi inesperado quando me chamaram no palco, mas vou dizer que não fiz nada pra que isso acontecesse. E no final das contas o Fabrício mandou eu solar, depois se perdeu na letra olhando o que eu estava fazendo no baixo. Tenho certeza que eu estava sorrindo. Minha vaidade ficou feliz por ouvir elogios de gente séria, mas em nenhum momento eu me deslumbrei com a magia da noite. Foi uma noite muito boa pra me lembrar como um show pode ser bom e fazer bem. Queria que o Virgílio estivesse lá prá me ver, ele sentiria orgulho.

Orgasmos

_____Mas há o outro lado da moeda: um show na sexta. E eu não estava com vontade nenhuma de tocar. Eu sempre sinto que estou fazendo uma burrada quando me comprometo com alguma coisa e as outras pessoas não se comprometem da mesma maneira. E eu não sei me comprometer pela metade. Ou é tudo, ou é nada. Ensaio marcado na véspera, músicas decididas na véspera e chegamos ao ponto lamentável no qual não conseguimos tocar uma música de 3 notas. E eu me vejo lá tocando duas músicas que eu adoro de cabeça baixa. Estou pulando, estou gritando algumas letras, mas por trás dos meus cabelos eu sei que estou com vergonha. Sei que não queria estar ali. Pra mim é um show sem sentido. Nada vale a pena quando a gente não sabe o porquê de estar fazendo aquilo. Quando eu me lembro de mais ou menos 2 meses atrás, quando as quintas feiras no Revival ainda eram divertidas, parece que passou uma eternidade, que faz anos em vez de meses.

_____Peço desculpas por encher o saco de vocês com minhas lamentações sobre os mesmos assuntos. Eu ando meio down ultimamente. No meio da semana escrevi uma poesia na qual me descrevi como " um copo vazio de mim mesmo, buscando uma dose mirrada de sentido". Acho que acabei tomando essa tal dose e agora estou meio na ressaca dela. Pelo menos há um plano e algumas boas propostas de emprego num curto prazo. Pelo menos há uma fuga prá Floripa agendada prá novembro. Salve-me quem puder.

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