quarta-feira, 21 de março de 2007

Esperamos que um dia nossas vidas possam se encontrar

Ao som de: Ando meio desligado

_____Sai prá conversar com minha prima de olhar inocente. É incrível pensar que ela me olha do mesmo jeito que me olhava quando eu tinha 11 anos. Vi duas crianças, uma no colo da outra. Uma de 7 anos e outra de 24. Depois saí pra caminhar. Parei na frente da casa do Juanitson, mas resolvi seguir viagem. Meus problemas não têm nada a ver com ninguém e passar algumas horas jogando futebol não iria servir para nada. Andei por ruas esquecidas pelo Rio Branco. Passei num lugar familiar, mas tive medo de parar. E, mesmo se eu tivesse parado, nem toda cocaína do mundo iria adiantar.

_____Acabei na escada da Igreja dos Capuchinhos, e no meio do caminho a chuva choveu gelada e cortante. Não molhou meus ossos, mas machucou fundo a carne. Estou cansado de trabalhar 11 horas por dia e depois ainda ensaiar. Tudo está muito bem, bem até demais. Mas eu não consigo aproveitar tudo de bom que está acontecendo. Viver cada segundo como se eu estivesse irremediavelmente atrasado. Em algum momento perdido da minha rotina, eu sinto falta de viver. E sei que uso essa rotina apenas como desculpa para não olhar par adentro. È só uma fuga. E eu sinto falta de parar para observar o mundo. Estou com um balde cheio de folhas de papel amassadas. Encontrei um anjo hoje. Tenho amigos que me entendem. A cola acabou. Quero férias de mim mesmo e das máscaras que não consigo mais usar. Quero férias de pessoas pela metade. Nada de suspiros. Apenas gritos que quase ninguém escuta. E se for prá ninguém escutar, me quedarei em silêncio.


- O que você quer.?
- Nada, só vim rezar. Não estou bem. Estou perdido
- O que você quer.?
- Estou seguindo as marcas dos meus pés para saber onde foi que me desviei do caminho.
- O que você quer.?
- O mesmo que sempre quis.

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