Quando contarem a minha história, que digam que eu andei entre os grandes.
E que eles me olham quando estão tocando acordes dissonantes ou invertendo harmonias, sabendo que vou entender.
Que digam que sou um músico e não um baixista.
Que digam que não me escondo atrás dos cabelos e sim atrás de um sorriso.
E que esse sorriso faz diferença.
Que digam que me sinto um vagalume no meio de sóis.
Que não encontro palavras para agradecer um mundo tão generoso.
E que prefiro enxergar com os olhos fechados.
Que digam que eu vivo sob o estandarte dos kamikazes, repetindo todas as manhãs: nunca me conceda descansar.
E que nunca descanso.
Não de mim mesmo, pelo menos.
Tudo porque me jogaram do precipicio para que eu aprendesse a voar.
E a cicatriz da queda ainda deixa minha alma inquieta.
E vai deixar pra sempre, até o definitivo dos meus dois últimos suspiros. Ambos com endereço certo.
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