domingo, 25 de outubro de 2009

Morte e vida severina

Ao som de Engenheiros do Hawaii - Infinita Highway

_____O show ia bem até uma passagem em Dó menor. E lá estavamos nós cantando um velho tango:
"canta, la gente esta aplaudiendo, aunque te estes moriendo, no conocem tu dolor"
E, mesmo quebrado, o Virgílio gritou alto e ninguém desabou. Acho até que ninguém viu minhas lágrimas por baixo do chapéu. 5 minutos fora do palco e lá estava eu de novo, com a bandeira dos kamikazes no peito. Tocando e sorrindo como se não houvesse amanhã. Lembrando do Martin Fierro e das ânsias da guitarra bruxa, ponto mais alto da expressão gaúcha que o Deus pampeano fez nascer no pergamino. Lembrando das ordens claras como um céu de verão "faça por merecer"

_____Outubro acabou e quando eu disse que ia morrer em outubro, ninguém entendeu. Nem mesmo eu. Outubro acabou e eu realmente morri para renascer diferente. Não há dúvidas de que não sou o mesmo. Sei bem que quase coloquei tudo a perder no fim, mas tudo aconteceu como deveria acontecer. E lá estava eu na vida que tanto trabalhei para ter. A dor, a solidão e todo o resto fazem parte do pacote.

_____Vou dormir, mas sei bem que não preciso de sono, preciso mesmo é de água salgada e do som das ondas. Mas isso pode esperar até amanhã.

_____Eu digo de novo, aqui, ao sul de tudo que eu conheço, perto de um rio feito de prata, as grandes histórias são contadas com poesias tortas, com notas bêbadas, e com meu silêncio que diz tudo.

Um comentário:

  1. Teve mais coisas que tu fez em Outubro, que eu to sabendo, hehehe.
    Ass: aquele que, por vários motivos, é um dos teus ídolos... cuidado com a dor de cabeça, hahahahahahaha!!!

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