sexta-feira, 1 de junho de 2007

!Luna de Puta Madre!


Ao som de: Tool - Parabol

_____Isso é um pouco do que eu escrevi ontem no meu caderno. Contrariando minha expectativa, eu consegui falar tudo que queria por prá fora. O texto é longo. Ele nasceu de uma conversa.

_____Sim, eu meditei demais. E quando voltei parecia que tinham jogado minha alma de volta no meu corpo. E não foi um arremesso sutil. Num segundo um pensamento e agora eu vou gastar 3 páginas para tentar explicá-lo. É complicado, mas eu vou tentar mesmo assim. Se não me abro com os outros, me abro aqui.
_____A minha mente é orientada pelo esforço, pela ação, obcecada pela atividade. Quanto mais ativo eu sou, mais meu ego pode ser realizado, mais eu posso dizer "EU". Toda atividade é, basicamente, alimento para minha personalidade egoísta.
_____Vejo a meditação não como um esforço, não como uma atividade. Meditar consiste apenas em ser, sem nada a fazer, sem nada a desejar, sem pretender ir a qualquer lugar. Apenas estar aqui e agora. É complicado refletir sobre isso, já que as pessoas estão sempre preocupadas em fazer alguma coisa, desejando tudo e indo a algum lugar. Insisto que não devo ser levado a sério por que esse lado preocupado da nossa mente me enoja. Quando estou meditando, quando estou brincando de viver sei que não há seriedade alguma em mim. Brincar é apenas um prazer. Uma atividade que não se dirige a parte alguma. Sem motivação e sem consequências. É apenas energia fluindo.

_____E tudo isso é difícil porque de tanto pensar em fazer e ir, a atividade se tornou mais do que uma obcessão. Se tornou uma fôrma para o pensamento. É paradoxal, mas demorei para descobrir como chegar num estágio de inatividade sendo que só posso pensar em termos de atividade. Eu encontrei a resposta, óbvia, olhando pro meu passado. Para uma coisa que sempre aconteceu.
_____E então eu corro, quase como se minha vida dependesse de estar sempre numa atividade frenética. Não durmo direito, não páro mais. E faço isso até chegar a um exagero extremo onde todo e qualquer movimento simplesmente cesse. A fôrma é jogada fora e uma catarse acontece. E eu vislumbro um mundo que não é feito de esforço.
_____Depois de esbarrar nesse conhecimento, nesse sentimento de "como estar apenas aqui e agora sem fazer nada", eu posso entrar e permanecer nele sempre que quiser, esteja aonde estiver. E finalmente eu consigo estar exteriormente ativo e interiormente em profunda inatividade.
_____Tudo isso porque eu reprimi muitas coisas. Essas repressões malditas que estavam sempre atuando no meu inconsciente, me perturbando e me envenenando. Se essas repressões não tivessem sido libertadas, eu nunca conseguiria me sentir a vontade comigo mesmo. E sem me sentir a vontade comigo mesmo, como eu ira me sentiria a vontade com todo o resto.? Não estive em contato comigo mesmo por muito tempo. Alienei-me de mim mesmo, tornei-me um estranho por causa dessa atitude repressiva. E reprimi tudo. Não gritei, não ri, não chorei e não amei com autenticidade. Nada em sua totalidade.

_____Porque estou escrevendo tudo isso.?? Ah sim. Porque aqui dentro, eu estava acumulando loucura.. Um loucura que que todos nós temos. Niguém é normal. Por trás da pretensa normalidade, esconde-se um louco, um anormal. E essa loucura perturbava minah percepção, perturbava tudo. Era um veneno que precisava ser libertado para que eu começasse a me sentir em casa comigo mesmo.

_____E O Universo se tornou meu lar. Posso ir a qualquer lugar, posso ser qualquer pessoa ou fazer qualquer coisa. Permanecerei sendo eu mesmo. Permanecerei em casa.

As estrelas sempre me fazem sorrir, e a Lua sempre me faz sorrir mais ainda.


3 comentários:

  1. pensar pode ser doloroso.

    assim como externar, e como ouvir. acredite!

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  2. Ouvir não dói. Ponto.

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  3. I don't speak Portuguese, but I had to say a looooved this pic!

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