terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Bodegueiro.

Ao som de: Vento Negro


_____Conversa com o meu chefe numa cafeteria entre o meu reino e a biblioteca do 16º andar, depois de um dia normal.

- Posso sentar, Senhor.?

- HEHEHEHE Eu sempre me surpreendo com essa sua falsa humildade.

-Por que.?

- Quando você grita e sabe que eu estou ouvindo, não me chama de Senhor.

- São situações diferentes. Não grito para o Senhor, grito para que todos ouçam.

- Sempre com uma explicação pronta, não é.?

- Eu já ouvi isso algumas vezes. Até cheguei a acreditar. Hoje já não acredito mais. Tenho apenas as respostas necessárias.

- Menos uma, se me lembro bem.

- Exatamente, menos uma.

- Você sabe porque faz tantas exceções.

- Seem.

- Se não fosse absurdo, eu acharia uma enorme coincidência essa nossa conversa no ano novo.

- Tudo é possível, mesmo que demore. Era isso que você dizia através das minha metáforas.

- Do jeito que o tempo anda apressado, demora é uma palavra injusta.

- Eu senti isso também. Resolveu apressar o plano todo.?

- Não é tão simples, e mesmo se fosse, vocês não estão nem perto de estarem prontos. è coisa do Tempo, e de uma tarefa que ele tem que cumprir.

- Eu sei, eu sinto.

- O senhor precisa ir. E eu também.

- Não se sinta tão mal. Não era essa a lição que vocÊ deveria ter tirado.

- Como.?

- Como o que.?

- Como o Senhor suporta.?

- Da mesma maneira que vocês. Agora você consegue entender a dor que eu sinto, mesmo que não sinta nem um milésimo dela. Sinto a tristeza e também sinto a alegria. Da mesma maneira que vocês.

- Se eu fosse um principezinho eu repetiria isso a fim de me lembrar.

Mas ninguém me ouviu, no por do sol roxo e amarelo eu ainda vi a silhueta de uma raposa.

Ergui meu caputino propondo um brinde. - A todos nós, falei entre uma lágrima e outra..Algum tempo depois choveu.

Vida loca, pensei aliviado, antes de me tornar apenas um sorriso e desaparecer. Mais um ano começando. Vi uma sombra passando e gargalhei de mais uma metáfora.

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