segunda-feira, 10 de maio de 2010

O fante de copas

Escrito do meu reino, entre um mil de folhas rabiscadas pela metade. Um formigueiro perto do horizonte e um olho fechado.

Fiquei uma semana escrevendo e reescrevendo uma carta. Negociei com as palavras de forma que elas fossem a forma para o que eu sinto. Acabei descobrindo muito sobre mim mesmo nesse processo. EU não conseguiria defender uma posição que não fosse coerente. Descobri também que entrei nessa espiral porque sabia que, por mais que escrevesse 20 folhas, o que eu queria dizer caberia numa única frase. Uma frase que eu já disse, aliás.

Al fin y al cabo, ela não faria nada. Faria a mesma coisa que sempre fez e por isso, continuaria a receber o que sempre recebeu. Se é suficiente para ela, quem sou eu prá polemizar sobre.? Eu quero mais, esse é o meu defeito e a minha virtude. Considerando tudo que tenho.. tudo que conquistei... tudo e todos que tenho ao meu lado, é absurdo o quanto me menosprezo. E fico eu aqui com restos e migalhas do bolo que eu mesmo cozinhei.

Com medo e confiança eu olho pra dentro. Uso a mesma definição tênue de justiça e punição para acreditar que podemos mais.

A carta.?? Acabei de amassar e jogar fora. Se não tenho as estrelas, me deleito com a chuva do céu nublado.

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