terça-feira, 8 de junho de 2010

Um castelo de escombros numa alma teimosa

Tenho sempre duas perguntas nesses amanheceres gelados na praia.

Quanta dor eu vou conseguir aguentar antes de simplesmente desistir.? As vezes dói tanto que parece que meu coração vai estourar.

Quanto frio consigo sentir na água do mar antes de simplesmente sentir nada.? Provoco o mar e cada onda vem como uma toalha cheia de agulhas. Uma hora os nervos desistem, mas a dor da alma não cede nem um centímetro.

Acho que vou morrer sem encontrar nenhuma dessas respostas.

Depois de 30 anos fica difícil tentar me convencer de que não vou morrer nunca.

Sou muito bom em me punir e péssimo em dizer "eu te amo" prá alguém. E nenhum dos dois muda a minha sina. Alcançar as estrelas funciona muito mais como um atestado de arrogância do que como consolo. Elas me acompanham, de fato, mas existem algumas estrelas que eu queria muito mais perto de mim.

Sempre vou em direção ao leste qdo a esperança pensa em desistir. Quando os dias são curtos
e as noites infinitas. Não sei ao certo se queria ser punido ou se queria algo que me desse redenção. A esperança e a teimosia do meu remorso são a pior dualidade que eu tenho em mim, pior até do que acreditar e saber. As vezes ajudo uma, as vezes ajudo o outro. Acho que as vezes eles me ajudam. É sempre bom ter alguém que me diga se são moinhos ou se são gigantes.

Uma vez o Eric Clapton pediu uma escolha para uma mulher, e eu não conseguia assimilar a escolha que ele queria fazer. Agora eu entendo.

E é claro que eu me cuido. Mas de um jeito muito meu. E, por mais que pareça um jeito errado, o fato de eu continuar vivo mostra que ele funciona.

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