quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Um pouco da alegria de cada um.

Sabe aquelas coisas que você sempre teve e nunca deu muita bola e daí quando perde acaba sentindo muita falta. O Tio da Casquinha é mais ou menos assim - metade palhaço, metade vendedor ambulante. TODAS as pessoas entre 20 e 50 anos o conheciam. Segundo se sabia ele tinha o poder mutante de estar em todas as saídas de todos os colégios de Caxias ao mesmo tempo e nunca envelhecer. Quando eu estudava no São Carlos, há uns bons 15 anos, ele já era velho. E comprar uma casquinha sempre era uma aventura. Podia-se ouvir um gracejo ou uma remungada. Ou o barulho da "raquete-adaptada-com-um-arame-que -fazia -um-barulho-do-inferno". Tenho certeza que o barulho da raquete deixou ele meio surdo, as últimas vezes que falei com ele ele gritava mais que o normal. Eu nunca entendi a cara que ele fazia quando eu o chamava pelo nome. Nunca soube se ele preferia o apelido de sei lá quantos anos. Confesso que as vezes senti pena dele, mas na maioria das vezes eu sentia inveja. Era um trabalho humilde, mas dava pra ver na cara do Rui que ele gostava do que fazia. E que não era um trabalho tão fácil quanto pode-se imaginar.

É preciso gostar do que se faz para ser feliz.


A propósito, com a morte do Rui Peres só restam mais dois Highlanders conhecidos: Keith Richards e Silvio Santos.

Um comentário:

  1. Quando tu puder, me avisa pra fazer aquele lance das cartas?

    Acho que chegou a hora.. Ou pelo menos, eu acho né..

    ^^

    Beijos Tiago..

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