Ao som de Marisa Monte - Tempos Modernos
Mesmo que ninguém entenda o que eu quero dizer com isso, isso explica muita coisa.Catarse
Do gritante silencio que aqui se fez
Recaiu-me subitamente a saudade que estou
E a frase é o que entrega o que ficou
Já que me quedo aqui, sozinho outra vez
Sentado em meio a lembranças tento dizer
Mas só escrevo o que não sei falar
Através de palavras tento mostrar
O quanto uma ausência prejudica o meu querer
Pra quem é mistério, não instigo a conhecer
A sensação de adeus nos olhos de quem se adora
E o emudecimento que questiona: ¿Há o que salvar?
Um vazio se antecipa antes que vá embora
O ânimo do paradoxo me incita a procurar
Saudade é a presença do que não posso ver
Absolutamente só, desvirtuo a madrugada
Vislumbro meus entorpecentes pensamentos
Ressinto alguns frágeis momentos
Que tornam minha alma mais fascinada
Quantas foram as noites em que sonhei?
A carência sendo companhia mesmo sem voz
E até agora desconfio da palavra “nós”
Só eu lembro das vezes que me machuquei
Ás vezes pude crer que era tarde demais
Até escondi alguns anseios no passado
Me convenci que poderia falhar
Deixei muitas oportunidades de lado
Agora eu sei que precisarei recomeçar
Acertar ou aceitar, sem medo de olhar para traz
Solitário! Solicitando solidariedade do amor
Carente! Cedendo cascata de carinho
Sonhando! Meu sorriso sobrando sozinho
Desejando! Dominando, despistando a dor
Então, o que eu poderia dizer?
Almejo alguém exclusivo, tão meu
Encontro olhares e neles vejo o seu
Não vejo saída, nem pra onde correr
E quem irá me obrigar? Recuso-me a esquecer!
Ainda que seja palavra final o adeus
Me convenço apenas a deixar para depois
Seria castigo esquecer os olhos meus
Pois um dia houve um “Nós dois”
Razão fundamental do meu sofrer
Tudo bem, entendo, não precisa lembrar
Já sei há tempos que não sou perfeito
Se o assunto é você, eu sou suspeito
Vou fechar os olhos quando você chegar
Quantas paginas eu já escrevi?
De um mesmo alguém, meio assim
De sorriso perfeito, foi feito pra mim
E eu sempre aqui.Sozinho te vi.Sozinho sorri.
3 cigarros acendidos um no outro. Na fumaça do segundo eu já sabia que tinha que ir embora. Foi a minha folga de ser diabinho. De ser praguinha. De ser um gurizinho. De ser Junho. De ser Vento. De ser.
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