quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

1+1 = 2 e 2 =1

Ou: ¿Se sou óbvio, porque preciso ficar me explicando?

Ao som de: Coldplay - The Scientist

Tenho uma relação de amor e ódio com os sonetos que escrevo. Uma raiva que começa mansa no momento exato em que começo a contar as sílabas de cada verso. E que só é libertada quando eu desisto dos decassílabos. Inspiração não é vendida de 10 em 10. Achei que ia escrever 999 sonetos ruins para escrever um bom. O problema é que já escrevi um bom e agora vou escrever 999 ruins para compensar.

Surpresa

Sou pessoa de várias palavras
E de discursos em silêncios santos.
Depois de cair, sempre me levanto
E então, minhas rimas ficam vagas

Ando perdido, sempre pelos cantos
Quando me queimam tuas brasas,
Quando tua raiva extravasas
Sobre o meu tímido espanto

Não me surpreende a amargura
Que usas como tortura
Para calar-me a alegria.

O que me causa surpresa
É ver que vejo beleza
No sofrer do dia a dia.

Gripado, preocupado, todo esculhambado, mas ainda rindo... Queria conseguir dar um nome para a sensação que eu sinto quando as pessoas saem da minha vida e tudo começa a melhorar na vida delas por causa disso. Não sei exatamente o que é, mas sei que é bom. Sei que também fico melhor. Pode soar egoísta, mas ultimamente tenho pensado bastante em ficar melhor. Enfatizando, para isso, a idéia de não ficar mal. Tanta coisa boa e diferente acontecendo. Minha mãe usando uma câmera digital, meu pai me dizendo para usar uma motoserra. Meu medo sublimando.

E vou dizer pela última vez:
Não é porque alguém sente medo de confiar em mim que eu estou, necessariamente, mentindo.

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