domingo, 14 de janeiro de 2018

Anjos e demônios

            De todas as músicas que poderiam ter tocado, ¿por que justamente essa.? Pra me lembrar que é difícil discutir com o chefe.? Pra me lembrar que preciso continuar fazendo o que fiz todos esses anos: esquivar e  sumir.? Transformar raiva e tristeza em eficiência.? Ou simplesmente foi pra selar um tratado sobre não se importar.?

            De um jeito ou de outro, sigo tropeçando nos meus pés enquanto teimo em andar de cabeça erguida. Me sinto um merda depois, mas não é como se eu não soubesse que ia ser exatamente assim. Admito que tinha esperança que não fosse. ¿Eu já disse que me condenei à esperança? Um pedaço de pano amarrado no meu pulso está quase arrebentando, mas eu sou burro e vou costurar ele. Por que é o que eu faço  ..me desmonto e me reconstruo. Me rasgo e me costuro.  Não ter nada a perder torna o fardo mais leve, mas ainda sito dor no pulso por carregar pesos que não são meus.

            Não acreditar em mim mesmo demanda esse preço. O único acima tem coisas muito mais importantes pra se preocupar. Entendo perfeitamente que meus gritos se percam em meio a nevasca, mas sigo repetindo meu único pedido: Nunca me conceda descansar. Antes de ser vento eu era um porco espinho e quanto mais forte tentavam me machucar, mais eu machucava de volta. Não vou recuar enquanto cospem o inferno na minha cara. Não trouxe armadura nenhuma, mas eu ainda me defendo com a espada. E não pensem que eu não tenho um plano.

             Não fechei os olhos pra os sinais, mas hoje sou metade do homem que costumava ser e, sendo assim, demoro mais pra assimilar o que era rápido e simples no passado. Estou em terreno desconhecido, fora da minha zona de conforto. Não vou pedir paciência, mas espero que entendam que não tenho pressa nenhuma em fazer as coisas como elas devem ser feitas.




Pretty soon...

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