terça-feira, 3 de março de 2015

Superficial, depressivo, quase bom.. vazio

      Eu queria saber como as outras pessoas pensam. Como elas falam cosigo mesmas. Porque aqui dentro há muitas vozes numa eterna discussão aos berros. Penso que deveria ser mais sábio por conseguir ter vários pontos de vista pra analisar,mas a verdade é que me sinto muito mais perto da loucura do que da sabedoria. Não importa o que eu faça, o que eu diga, o que eu deixe de dizer, sempre haverá um lado meu contra.

       Há uma voz que sempre me fala que eu não sou bom o bastante e minha mão treme quando eu hesito e dou ouvido a ela. Mas sem ela eu seria tão arrogante...Eu já errei por arrogância e por me desprezar demais e sei  que os tombos por desprezo doem menos. Bom, ruim, pior melhor... Nada disso faz mais sentido pra mim. A solidão me liberta de querer a aprovação dos outros.. não preciso mais me comparar com nada e com ninguém.

      Há uma voz baixinha e melancólica que eu sei que é do meu coração. E qdo peço silêncio pra poder prestar atenção nela, a voz deixa de ser uma ferida que nunca cicatrizou pra ser um corte aberto. Na alma. E meu coração fala, e eu desisti de dizer que não dá. Talvez ele esteja certo em insistir, em dizer que se poderia ter sido, ainda pode ser. Ou talvez eu tenha razão em protegê-lo de tudo e de todos. Tantas decepções, tantas mentiras, tantos sonhos destruídos por que assim teve que ser. A verdade é que eu não consigo mais me importar como deveria.

        Há uma voz vermelha de ódio que silencia mais do que fala. Ela queima mais do que diz. Através dela eu relembro toda frustração de ter sido traído, de ter sido enganado e de enganar. Por causa dessa voz eu me preocupo em não machucar os outros, mas é inútil. Sou forjado pra ser sozinho, pra não machucar quem eu gosto. 

      E há a voz do Tiago. Tão inocente, tão esperançoso, tão vivo. Tudo aquilo que eu queria ser e nunca mais vou conseguir.

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