quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Bunker versão 2.0


A tarde começou agitada. Em cada canto da cidade havia um louco tirando músicas. Não é um ar de desespero, e sim uma calma apressada. Vai dar tempo, mas vai ser foda. Rabisca partituras em clave de Fá e de Sol. Só as partes que precisam. Só prá não precisar ficar lembrando. Toca um Purple e eu negociando por telefone:
- Eu quero saber se tu canta.
- Não , eu faço outras coisas.
- Tô sabendo, mas preciso que tu faça outras coisas cantando uma música num palco enquanto uma banda toca.
Preço imbecil e um tom de voz que não gostei. Próxima candidata fica pra depois. 37 músicas prá tirar e os dias com 25 horas estão cada vez mais escassos. Em cada canto da cidade havia um louco empolgado com o ensaio. Meus Deus, que voz eu faço nessa parte.? Como faz para cantar e tocar isso.?  Preciso de 2 cérebros. 12 horas num bunker e num estúdio, achando que o timbre tava uma merda e chega o Barão e diz que tava bom. E olha que eu estou com medo de pegar tétano nas cordas do Virgílio. A vida deve ser isso mesmo, a gente odeia o jeito que soa, mas estamos soando bem para uma outra pessoa, em algum outro lugar. Ou talvez eu seja tosco demais para perceber certos nuances do meu jeito de soar. De qualquer maneira, minhas notas nesse show já tem inspiração certa, mesmo ela sendo inacreditável.

A stripper ainda não apareceu, mas vai dar tudo certo. Equipe Vai vai vai.

Termino com uma frase simples e despretensiosa do Barão. "Vai ser, no mínimo, engraçado... com precisão no vai, ênfase no mínimo e ironia no engraçado"



Um novo bunker

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