terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Antes e depois disso.


No fim de tudo eu queria salvar o ano. Ou, de uma forma um pouco mais egoísta, o meu ano. Queria me dar um presente de natal que equilibrasse tudo que deu errado no ano. E não foi pouca coisa. Inventei um show da Salve Ferris como pretexto para tocar com o Kiko e com o Barão. No vagão, o bar do Marcelo... no mesmo palco que tantas vezes já me viu chorar e sorrir. Era egoísta, mas fui além disso. E agora, muito atrasados com os ensaios, eu tenho uma certeza: Vai ser foda pra quem assistir. Depois do show segue a festa na minha casa para os de fígado forte e coração burro. As melhores pessoas do mundo tem o coração burro. As melhores noites do mundo terminam com os fígados.

Isso era o que eu podia planejar.  O que eu não podia planejar foi a noite de sexta, que só consigo definir como inacreditável.  E uma única noite conseguiu me colocar nos trilhos de novo, se é que existem trilhos para pessoas que vivem a vida do jeito que eu vivo. Improvisar não é planejar, diria o Potro, mas o fato é que o universo conspira. É muito Paulo Coelho essa frase, mas só com ela para explicar uma sucessão de eventos que enfiou um sorriso na minha boca que não vou tirar tão cedo. E eu lembrei que o mundo é bom, que conhecer gente nova me faz pensar. E aprendi que estar no lugar certo e na hora certa com uma garrafa de tequila no bolso faz toda diferença.

Devagar vou me entendendo: não acho que eu seja bom, mas acho que sou bom demais para algo que tentei por muito tempo. Não é possível buscar redenção e manipular ao mesmo tempo. E agora eu entendo isso, finalmente. E desisto dos dois. Não há nada que justifique minhas tentativas de manipular e omitir. Não tenho nenhum pecado tão grande que me coloque numa busca por perdão que seja maior que tudo. Só viver parece ser o melhor plano para o momento. Existe uma discrepância entre o que eu acho que sou, o que eu quero ser e o que eu realmente sou. Finais de semana como o que passou me mostram que bem devagar eu estou diminuindo a distância entre essas 3 coisas.  E acreditar em mim não é mais tão difícil quanto era.

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