_____Uma vez a cada ano, o Tiago encontra o Vento em um jardim. E falam-se durante muito tempo; e a cada vez o Tiago vai embora dizendo ao Vento: -"Meu amigo, temo que jamais venhamos a concordar".
Um chamado Vento
Vento era fabulista.?
Fabuloso.?? Fábula.??
Sertão místico disparando
No exílio estuprado da linguagem comum
Projetava no chão
A sombra de mais um
A terceira margem do rio
Inenarrável narrada
Um estranho chamado Vento
Para disfarçar, para forçar
O que não ousavam compreender
Tinha girassóis e violetas
Plantados no quarto.? No peito.?
Era um teatro
E todos os artistas
No mesmo papel
Uma ciranda perfeita
Era inferno e era céu
Vento era tudo.?
Tudo escondido, florido
Como flor é flor, mesmo não semeada.
Um mapa sem caminhos,
Deslizando para fora, falando
Guardava rios no bolso
Cada qual com sua cor de água
Sem misturar, sem conflitar.
E de cada gota sabia
Nome, curva, fim
E no destinado geral
Sua cisma era saber
Para contar sem desnudar
O que não deve ser desnudado
Mágico sem apetrechos
Civilmente mágico, apelador
Embaixador do reino
Que há por trás dos reinos
Dos poderes, das supostas fórmulas de abracadabra, sésamo.
Reino cercado
Não de muros, chaves, códigos
Mas do invisível.
E o Vento sorria
Quando lhe perguntavam
Que mistério é esse.?
E propunha desenhos
Declamava teorias
Figurava tudo menos a resposta
Havia outra questão perguntada.?
Havia necessária resposta a ser dada.?
Tinha parte com...(sei lá o nome)
Ou ele mesmo era
A parte da gente
A minha parte
Servindo de ponte
Entre o sub e o sobre
Que se entretiam
Que antes do princípio se entrelaçavam.
Para uma melhor guerra
Para uma festa maior.
E ficamos sem saber...