Eu não deveria estar ali, mas os sinais berram enquanto o acaso vai ajudando. Do nada vem a biscate:
- Tu já disfarçou melhor a vontade de chorar.
- Talvez porque a vontade de chorar era menor.
E conversamos enquanto eu sabia que ela estava prestando mais atenção no que eu não estava dizendo no que nas palavras.
Ela pergunta sobre as costuras já sabendo a resposta. Meu personagem desmorona e os olhos enchem de água. E dessa vez eu não estava perto o suficiente pra fazer ela fechar os olhos com beijo. Não havia como chorar baixinho pra ninguém ver, então eu desisto e choro abraçado nela. Ela não fala uma palavra e dessa vez sou eu que entende o silêncio. Quando eu a solto tomo o maior tapa na cara da minha vida. Penso em revidar mas não era o caso. Colo ou uma surra.. o que eu sempre pedi pra ela. Acho que ela viu que colo não ia resolver. Com a cara doendo eu lembro pq eu tinha medo dela. E ela vai me jogando palavras que me desmontam. Queria ter força pra odiar ela. Pra odiar o que estou me tornando.
O olhar de pena dela machucou mais do mill tapas.