quarta-feira, 28 de junho de 2017

Anotações nos meus livros

           Já escrevi aqui em algum lugar que sempre deixei pistas sobre minhas atitudes. Uma espécie de trilha de migalhas pra quem quisesse realmente saber meus porquês. De um jeito deturpado, era como se eu me justificasse. Como se a explicação, mesmo escondida, justificasse  o que eu fazia. E, por mais que eu tente pintar esse fato com cores altruístas, sei que há uma motivação egoísta aqui. Me vangloriava de uma falsa capacidade intelectual por conseguir disfarçar e iludir. Eu tinha força para não me esconder e sabia que assim estaria protegido.  Passou tanto tempo. Consegui me confundir todo na ideia de me proteger. Proteger o que.? de quem.? Não há nada aqui dentro que eu ainda preze o suficiente para justificar um muro. Sou burro demais para sustentar a ironia que gostaria. E sou sozinho demais para brincar de independente.

            Mas tudo isso são minhas migalhas. Porque há outras coisas que eu faço e que realmente não falo para ninguém. O segredo sim me ajuda e nas madrugadas ensurdecedoras eu já não preciso me justificar para ninguém.

            Comecei esse texto citando a mim mesmo, pra terminar de um modo melhor, cito um gaúcho bem mais útil do que eu. "...há coisas que um homem não deve confessar nem a si mesmo" - Érico Veríssimo"

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