domingo, 1 de novembro de 2015

The orange is the new black


         E chega-se em Anita Garibaldi. Um lugar onde ser gaúcho não significa praticamente nada. Se eu pular um muro estou de volta à República. Cidades pequenas normalmente tem um ou dois hoteís, por isso não cabe muito escolher ou reclamar. O cara do hotel é simpático e me chama de piá. Um sorriso e eu me sinto em casa. Claro que há um Zé Buceta atuando fortemente para que a estadia na cadeia seja ainda pior. Mas é só pensar que faltam apenas duas semanas e nem isso consegue me tirar do prumo.



         Todo mundo tem uma pessoa por perto que está sempre complicando, querendo ter o controle de tudo. Essa pessoa é o Zé Buceta. Sendo insuportavelmente chato enquanto tenta sempre mostrar que é o fodão. Sempre tentando estragar a alegria dos outros. Nada é bom, só o que ele gosta, nada presta, só o que serve pra ele. Se ele é infeliz, todos também tem que ser. Não passa de um bosta. Nessa viagem, eu tenho o meu. E ele pensa que é meu chefe. Não que eu seja especial, ele acha que é o chefe de todo mundo. Não que ele pegue exclusivamente no meu pé. Ele é um idiota com todos, do caixa do mercado ao dono do hotel.

       Meu querido Zé buceta. Não são os artistas que vão colocar no meu rabo quando puderem. É tu e os da tua laia. Mas eu te entendo. A alegria dos outros torna tua inveja e teu rancor muito mais evidentes. E isso te irrita a ponto de tu nem conseguir disfarçar. A lealdade alheia te incomoda porque no teu íntimo tu sabe que ela não te envolve.  Ninguém dá a mínima pra tuas regras e desmandos. E chega a ser engraçado tu falar mal de todos para todos como se ninguém fosse perceber.  Lamento informar, mas tu não tem um rei na barriga e todo mundo tá te vendo cuspir pra cima.  E digo mais, torcendo pra cair de volta em ti.

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