Havia um monopólio na ferraria do Olimpo. Todas as armaduras saíam da oficina do Héfeso. Ele era conhecido por forjar armaduras perfeitas, mas havia algo que todos sabiam. Cada armadura, mesmo sendo perfeita, possúia um ponto fraco. O ponto fraco só era conhecido porquem a usava e a discrição do Héfeso sobre o assunto era igualmente lendária. Era um mecanismo de controle para evitar que os gregos se perdessem na sua tirania.
A minha armadura era mais um símbolo do que uma proteção. O estandarte dos kamikazes que usei quando precisei ser bom e tive medo de hesitar. Medo e hesitação, essa era a finalidade da armadura, esconder meu medo e minha hesitação. O ponto fraco era claro. Bastava me olhar nos olhos e lá estava minha fraqueza esposta e vulnerável. Era justo e funcional, numa estratégia que sempre se baseou em dissimulação. Depois que vc descobre que pode ficar invisível, não se preocupa muito com o que se passa no seu olhar.
Então o tempo passou e descobri que tenho uma armadura nova.
O ponto fraco dela? É bem simples, ela não protege meu coração. Quando perguntei pro Hefeso o que ele estava pensando quando desenhou, a resposta foi uma sonora gargalhada. Ele não entendeu porque deveria proteger uma coisa com a qual eu não me importo. Ele balbuciou também que ela não era minha de verdade, só estava comigo. E que se eu prestasse atenção no ombro dela, saberia a quem ela pertencia.
E aqui estou eu, racionalizando quase tudo para tentar entender como posso tirar força do fato de estar completamente vulnerável. E tentando não surtar. Acabei entendendo que toda essa situação era o sinal de que deveria encontrar alguém que cuidasse do meu coração, coisa que eu sou visivelmente incompetente demais para fazer. É interessante que depois de tantas mentiras e falsidade eu esteja vendo a verdade como o único caminho. Confiar é minha escolha mas, ela não é fácil. Acreditar é terreno perigo pra quem se acostumou em saber. Amar e ter uma pessoa especial do meu lado torna as coisas mais fáceis, mas... depois de colocar meu coração nas mãos dela, todos aqui dentro sabem que um tombo agora pode ser fatal.
Cuida de mim... dessa vez eu não consigo sozinho.
sexta-feira, 24 de maio de 2013
quarta-feira, 22 de maio de 2013
terça-feira, 21 de maio de 2013
(G)iiixxxxsss
Felicidade é ter alguém que salve as segundas-feiras com uma frase romântica. É ser de alguém, em alguns casos. Um sentimento de pertencimento. Felicidade é quando a pessoa se perdoa pelos erros do passado e segue em frente sem todas a barreiras que vai se colocando ao longo dos anos. Ser um ícone da canalhice e um blog cheio de mimimis. Gêmeos com ascendente em gêmeos e lua em aquário. Tá tudo explicado nas minhas estrelas, no meu casaco azul que tem o melhor cheiro do mundo nele.
O chimarrão vem amargo, mas ele puxa que é uma maravilha. Pra saber se minha vida está boa, basta me pedir pra fazer um chimarrão.
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Se o problema fosse qualquer outra coisa
Antes da segunda sinaleira eu já sabia que a viagem até aqui seria de discussão comigo mesmo. Eu notoriamente raciocino melhor andando a mais de 130km/h. O que já aprendemos é que os outros motoristas não lidam muito bem com coisas se movimentando rápido demais e as vezes eu precisava coçar o olho que insistia em marejar. É difícil ter noção de profundidade com um olho fechado. E eu ia sentindo o cheiro que havia sobrado nas minhas mãos, como que espremendo um último restinho de felicidade. Curva atrás de curva eu me sentia fugindo. Como se eu não soubesse que fugir não tem nada a ver com localização ou distância geográfica. Como se eu não pudesse ver o remoroso me perseguindo cada vez que olhava pelo retrovisor.
Devo ser o pior mentiroso do mundo. Vivo mentindo sobre pequenas coisas: números, datas, horários, essas coisas que os adultos adoram saber para fingirem que tem algum controle. E de tempos em tempos eu tenho a chance de alcançar o que mais quero ao preço de uma mentira. ¿E o que o idiota faz? Vai lá e insiste em falar a verdade e se arrebenta todo. E fica se sentindo a bactéria que caiu da baba do cavalo figurante de bandido que morreu no filme. É tão irônico isso. Fazer o certo e se sentir mal por fazê-lo.
Já faz mais de um ano que eu queimei tudo que já havia escrito. Não foi fácil arrancar tudo aquilo aqui de dentro. Não foi fácil me trazer de volta. O fato é que a ferida nunca cicatrizou direito. Na hora eu não percebi, mas mesmo queimando tudo, uma pequena sementinha não queimou. Ela ficou na minha ferida e, ali nasceu um pequeno brotinho. Eu nunca dei muita bola, mas aquela semente foi colocando raízes que agora não podem ser arrancadas. Cada vez que a tristeza vez elas descem mais fundo. Um simples pensamento as vezes muda uma mente para sempre. E agora que eu sei como fugir de verdade, nunca mais vou poder fingir que não sei o caminho.
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