terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Tudo bem que o leite ferveu


Eu larguei tudo que estava acontecendo lendo um "Boa noite, Tiago" no FB. Não discuti sobre meu nome porque não teria argumentos. Soltei um "Boa noite, Laura" com uma calculada indiferença. Eu me chamo de Vento e sempre vou me referir a ela como Professora Resiliência. Entre livros, tequilas, alianças e moedas de 3 lados conversamos. Lembro das aulas, da tranquilidade dela num piano ou solfejando como se fosse a coisa mais simples do mundo. ¿Como pude pensar em desistir disso.? Meu lugar é na corda bamba entre um acorde e outro. O lugar dela é no contraponto entre as vozes dos acordes. A vida e o jeito que tocamos reflete aquilo que somos. Tocar mal é tocar mal a vida. E ela vai me tornando um ser humano melhor quando me ensina a ser um músico melhor. Frases de efeito melhores do que as do gato de Cheshire e mais simples que uma pentatônica de Lá menor. Metáforas e café, quero os dois.





Sempre que estou saindo do caminho vem uma mulher e me coloca nos trilhos de novo.  Dessa vez foi uma doutora em música. Encontrar caminhos para ir de um silêncio a outro continua me fascinando.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Para decidir por onde vou


A decisão foi certa, mas mesmo que eu soubesse o que fazer e tivesse uma certa noção de como fazer, não tinha a mínima ideia de quando. Cheguei na praia com o sol forte e entendi que deveria esperar. Esperei mesmo sem saber direito o que estava esperando, torcendo para não perder o momento certo. Depois de 2 dias soltando pipa e procurando desenhos nas nuvens, no começo da noite, a chuva veio e eu entendi o recado. Estava sozinho na areia, mas no céu a chuva gritava e na minha frente o mar me dava medo. Não fui bem recebido por nenhum dos dois, mas encontrei ordem no meio daquele caos. E fiquei ali, nadando, contando raios no céu. A água que estava suja foi ficando limpa e eu pude descansar. Queria desistir de tudo porque na minha cabeça era melhor começar tudo de novo do que tentar salvar uns poucos garranchos do desenho origininal. Mas eu estava enganado. Mesmo com tudo que se quebrou, mesmo com tudo que eu não soube ou não consegui proteger, ainda há uma alma aqui.

E eu lembrei da promessa. E lembrei como é bom ter esperança. E lembrei que estar sozinho nunca me perturbou enquanto eu estava em paz com a minha essência. Entre raios, chuva e água salgada, lembrei que abrir as asas não dói.

domingo, 6 de janeiro de 2013

¿Asas pra que?


Dessa vez eu preciso de ajuda. Preciso descansar. Levo a chuva comigo porque não quero que aquele monte de água me veja chorando. Sem nenhuma costura pra remendar ou armadura pra reforjar, levo também minha pipa.

Estou cansado. O ano foi salvo.

Vou pra praia tentar salvar o pouco que sobrou de mim mesmo.