Vejo meus dias como compassos. E neles vou colocando minhas semínimas, minhas colcheias. Prenchendo espaços, colocando melodias, cantarolando com meus passos e acentuando notas com meus pensamentos. Nem todas a notas soam bem e no lugar certas, mas sei que é assim mesmo. Sempre estamos sujeito a erros quando tentamos algo novo, de novo. É muito estranho, mas sair da zona de conforto que me escondia está sendo bom. É como se eu estivesse sempre fazendo alguma coisa, bem ou mal, sempre soando. Ou silenciando para tomar fôlego para o compasso seguinte.
Sei que terei meu descanso, minha pausa de mil compassos antes de tocar somente em tom maior.
Cada vez que gritava "nunca me conceda descansar" lá dentro de mim, eu sabia que tudo que eu precisava era descanso. Mas não podia descansar, não na época. Eu estava procurando minha paz no lugar errado, como se ela estivesse fora. Como se uma outra pessoa pudesse dá-la a mim. Agora sei que o descanso que tanto falo não me será dado. Eu é que vou dá-lo a alguém.
A culpa não me maltrata mais. Nem me dá superpoderes. Aquilo que me torna vulnerável é justamente o que me deixa mais forte. Sigo apenas ventando, apesar do meu medo. Não vou fugir. O tempo vai virar. Há quem sopre meu nome.
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