sexta-feira, 12 de agosto de 2011

y aunque te estés muriendo...


Muita coisa se passou desde a descompostura que eu tinha levado do Rafa Schuler. Agora eu não era mais um piá cagado. Sabia que não seria um show sem erros, mas eu não estava mais apavorado pensando em não errar. E quando eu errasse, eu saberia o que fazer.

Depois de cumprir com o que eu considerava a parte burocrática do evento, resolvi, finalmente, tocar. Não pensei muito antes de começar hysteria. Há certos pedidos que eu não tenho como recusar. Certas pessoas alheias as minhas tentativas de me esconder. E gritando e tocando notas com destino certo, esbarrei em alguém que eu era, mas que não sei mais ser. E não sei onde perdi. Onde me perdi. É claro que eu não tinha nenhuma esperança de me encontrar. Só estava ali procurando uma sensação. Eu só queria que, por alguns minutos, eu não tivesse a impressão de estar fazendo tudo errado na hora errada. Eu só queria que a dor no corte no dedo e da minha eterna tendinite fossem fortes o suficiente para competir com o vazio que estou sentindo. Tudo enquanto tentava ser invísivel para poder chorar sossegado cantarolando um velho tango. De repente lá estava eu, fazendo o que sempre fiz.

Essas noites que minha fé muda de mãos sempre ficam marcadas. É algo raro. É meu jeito torto e mal agradecido de dizer muchas gracias. Foto meramente ilustrativa.


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