domingo, 2 de setembro de 2007

Cabreiro

Ou: É assim que eu quero escrever

Ao som de: Cordel do Fogo Encantado - Cordel Estradeiro

_____Pergunta difícil é aquela que carece de invenção da resposta. Inventar não aquilo que não existe, mas consta que o pensamento da gente é cria selvagem, não gosta muito do cabresto das palavras. Mire veja, a resposta de hoje passa de lado na resposta de amanhã. Cada dia um motivo. Explico. Mudo o verbo para dar a luz à metáfora. Todo vivente tem fome, mas a fome não é motivo principal. Cada vez numa companhia: gula, necessidade, ansiedade. E se fosse sono, bobagem. Homem dorme mesmo é prá sonhar. No sonho todo mundo é forte. No sono a coragem cresce, porque o sono é a morte. Tudo que está parado está morto

_____Sou ser previsível, o senhor sabe. Mas não somos diferentes. Somos mesmo é iguais, mas a vista engana. A mesma palavra na boca de dois é desavença quase certa. Preciso mesmo é descobrir a resposta. As respostas, fico sincero. Tem de que, preciso razoar. Escrevo porque sou eu, esse assim. Procurando o que não perdi, mas essa não é razão. Dou o exemplo conforme for me lembrando.

_____O senhor vê. Escrevo por saudade, como quem escreve uma carta para um que já se foi. Por vontade de ser reconhecido, as vezes como sujeito forte, as vezes como um normal. Pessoa tem mania de comparar, de pensar em céu e inferno, em preto e branco, e desconsidera o que há no meio. Não conheço gente dos extremos. É média no meio, estudada e riscada em aula de matemática. Bom mesmo é o que se aprende na escola, o certo regido pelas regras, as contas que não podem mentir. O resto a gente aprende como dá, como deu. E a lição não vem organizada. Cada um tem que aprender como pode. E aí mora um bocado de injustiça, porque cada um aprende um determinado pedaço do livro. E a tirania impera, os pares olham para fora e não para dentro e por isso falam muito antes do que ainda não sabemos. E entortam de insignificância o que já foi lido e relido em tabuada. E olha que eu já quis conhecer alguém que sabia tudo. Daí conversa vai e conversa vem, figurei que já conhecia. Há o livre arbítrio, mas dessa parte do livro ainda não fiz entendimento.

_____O tempo passou e nada respondi. Mas me mostre texto escrito e lhe mostro motivo certo. E explico ainda a causa da letra. Porque a mão da gente sabe bem do que estamos escrevendo. Sentir sem mostrar deve ser pior do que não sentir. Mas acontece de sentimento tomar caminho errado, e a gente mostra o contrário do que sentia, por principiar. Acontece sim, não há o que não haja. Chimarrão é só água quente e erva na cuia. E aquece a alma. Mas o senhor esfria a água, ou troca a erva por outra, causa efeito algum.? E viver, me disse o Elevado, era só ser feliz. E foi. O resto, me contaram depois, é só decorrência. Mas pessoa é ser pequeno, carece de fé para acreditar.

_____Bonito é a mãe do passarinho ensinando o filhote a voar. Por certo que ela sente medo por ela e pelo menor, mas há de ser assim. Desde o sempre. E passarinho voa, tem de que. Cada um sabe do seu Cristo-Jesus decorrente, e por, certo, faz o melhor. Mas há quem rasteje e quem voe. E todo o meio rebuliço que virou mundo. Justo.

_____Sabe o senhor que me ensinaram a voar.?

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