quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Uma revolução traída

        De tempos em tempos eu encontro uma pessoa que é compartilha de uma ideia que eu tenho. Se tivesse sido o Lenin em vez do Stalin teria dado certo. Não o comunismo, mas a União Soviética. Lenin tinha o Tolstoy. Lenin tinha coração e não quis ser chamado de aço, que é o que o nome stalin significa. Em algum lugar aqui dentro eu sempre simpatizei com a Rússia. Foi tanta coisa errada desde sempre. O frio amargurado da síbéria. A revolução feita por homens com coração de meninos. Os Romanov dos quais às vezes sinto pena. Antes dos americanos criarem a NASA, eles já tinham colocado um satélite em órbita. 

        Num 20 de agosto Stalin mandou matar Trótsky, de quem sempre teve inveja. A inveja que o menino burro tem do inteligente. A inveja que o tosco tem de quem é admirado. O assassinato foi bruto como Stalin: um golpe de picareta na cabeça. A atitude de Trótsy, enquanto agonizava, foi determinada como ele fora em toda sua vida: ditou seu  testamento e também artigos sobre estratégia política. Era 1940 e a guerra estava dando trabalho para a morte. 

        Quando leio Dostoiévski e Tolstoi eu sempre penso numa Rússia diferente da que está aí hoje. Essa que os bolcheviques foram destruindo aos poucos. Eu penso na Russia que Lenin e Trótsky queriam.


"Toda revolução parece impossível até que ela é inevitável"

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