segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Satolep continua hospitaleira

         Adoro planejar porque gosto da sensação de estar preparado. Saber o que fazer me deixa livre para pensar em outras coisas enquanto me jogo sem  me preocupar comigo mesmo. Mas isso não quer dizer que eu não me preocupe com os meus. Numa quinta feira sem eira nem beira, uma confissão me pega de surpresa. Não por ser novidade, mas porque sei o quanto é difícil. Não julgo, até porque meu contrato de trabalho deixa bem claro que essa não é minha função. E é engraçado me contarem uma história que eu conheço tão bem com personagens diferentes. No fim, somos água teimosa. Enquanto todos vem na praia e na mansidão do mar a redenção e a paz merecida, nós teimamos em ser rio. É correndo entre pedras e se jogando nos abismos das cachoeiras que nós somos mais nós.

           Quando cheguei em casa, coloquei de novo um velho pedaço de pano amarrado no meu braço. Se me condeno à esperança, acho justo usar a esperança amarrada no braço.

         Na sexta, porto alegre e minha alma se sentindo em casa. Uma riponga péxujo cantando um sambinha me lembrou da promessa. 

           E o pampa é o sertão com outro nome. E sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar. Viver é muito perigoso.



 

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