quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Um escambo feito a cada dia

           Eu falo que li a bíblia 3 vezes só pra ter argumentos pra provar que Deus, não existe, mas o motivo não é bem esse. Mesmo estando na versão 5.3, ainda há sabedoria ali. E tem um cara, do meio da primeira temporada. Ele é o único cara que discute com Deus. O nome dele é Elias e eu já contei a história dele em algum lugar desse blog. Acho que contei. Enfim, lembrei de uma frase da discussão. "Um homem pode abandonar a sua busca, mas não pode esquecê-la". Não que fosse possível esquecer alguma coisa, mas não acreditar estava se tornando um problema.

            E devagar, engatinhando do jeito que posso, vou voltando a fazer o que faço. O mesmo trabalho aparentemente não remunerado, mas através do qual eu me reconstruo. É assim que se faz música: uma nota atrás da outra temperados com os silêncios que tanto prezo.Cansei de ficar parado por medo de tropeçar. De chorar por medo de sorrir. ¿Está tudo bem? Não, muito não. Mas tenho todas as ferramentas para não me importar com isso de novo.

              A ruiva é muito boa em cuidar de idiotas. Ela me vê, mas é um preço justo. Quem não tem força tem que ter malandragem. A armadura não defende nada nada nada. MAS eu esquivo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Redentoras


Hei de ter uma tabuada e o meu livro "Queres Ler"
Vou aprender a fazer contas e algum bilhete escrever
Pra que a filha do Seu Afonso saiba que ela é o meu bem querer..

              Não sei nem se o Único Acima estava sequer se esforçando. Mas tomei uma goleada no campeonato de ironias. É enlouquecedor pensar que é possível gerenciar um mundo inteiro usando apenas o Bar do Miro, o shufle do tocador de mp3 e os vendedores de sonho. Penso em tudo que teve que acontecer pra que eu esbarrasse no Nerudão no fim de tudo. ¿Como uma cuia tão pequena pode pesar tanto.? Haverá alguma payada do Jaime Caetano que explique esse emaranhado em que me meti.




segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Mmmmm mmmmmm mmmmmmm mmmmmmmm

               Domingo eu acordei sabendo que iria fazer mágica. Ouvindo minha música sépia. E o plano não era nem meu, eu só estava ali porque não havia outro lugar em que eu pudesse estar. Tenho que admitir que um plano que me coloca com um baixo na mão escorado num balcão é genial. E tinha o Bledo. E tinha o Kiko mestre. E eu de cabelo solto provando que fico invisível tocando. Ninguém via a lágrima teimosa que eu disfarcei com um sorriso grande. Eu ia cantando as músicas, mas na minha cabeça a mesma frase "canta, la gente está aplaudiendo, aunque te estés muriendo no conocem tu dolor".  Aquela proposta de paz parece sedutora no momento. E eu gargalho lembrando da Simone de Beauvoir. Realmente, muito menos terrível quando se está cansado. Isso deve soar bem em francês.

              A propósito, passou agosto e eu terminei ele na praia. Nem todo aquele mar poderia afogar os fantasmas que me assombram. Mas isso nunca me impediu de tentar. E na relativa solidão do litoral no inverno eu conto histórias brincando com a areia. E conto ondas, horas e dias. E o Tiago e o Vento conversam e discutem. E chove. E eu corro pra fora quando chove. E eu corro pro mar quando me perco. A conversa que eu realmente queria ter parece fora do meu alcance. Volto disposto a investir em egoísmo, mas esse ultimo ato de altruísmo eu quero manter.

                   E as segundas são legais. Eu fico com bolhas nos dedos por tocar forte demais no domingo. (Ao que parecem os anjos são um pouco surdos". E fico tocando celo até o braço doer porque não sei segurar o arco direito. Depois de tantos anos é engraçado tentar tocar um instrumento novo e não conseguir. O nome dele é Lourenço. O Frei com planos mirabolantes amigo dos capuletto e dos Montechios. E segue a minha sina em não me identificar com os personagens principais. Meu arquétipo é outro.

Y ya vez, la noche se hace larga.. mi vida tiene un carma: cantar, sempre cantar."