segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Mmmmm mmmmmm mmmmmmm mmmmmmmm

               Domingo eu acordei sabendo que iria fazer mágica. Ouvindo minha música sépia. E o plano não era nem meu, eu só estava ali porque não havia outro lugar em que eu pudesse estar. Tenho que admitir que um plano que me coloca com um baixo na mão escorado num balcão é genial. E tinha o Bledo. E tinha o Kiko mestre. E eu de cabelo solto provando que fico invisível tocando. Ninguém via a lágrima teimosa que eu disfarcei com um sorriso grande. Eu ia cantando as músicas, mas na minha cabeça a mesma frase "canta, la gente está aplaudiendo, aunque te estés muriendo no conocem tu dolor".  Aquela proposta de paz parece sedutora no momento. E eu gargalho lembrando da Simone de Beauvoir. Realmente, muito menos terrível quando se está cansado. Isso deve soar bem em francês.

              A propósito, passou agosto e eu terminei ele na praia. Nem todo aquele mar poderia afogar os fantasmas que me assombram. Mas isso nunca me impediu de tentar. E na relativa solidão do litoral no inverno eu conto histórias brincando com a areia. E conto ondas, horas e dias. E o Tiago e o Vento conversam e discutem. E chove. E eu corro pra fora quando chove. E eu corro pro mar quando me perco. A conversa que eu realmente queria ter parece fora do meu alcance. Volto disposto a investir em egoísmo, mas esse ultimo ato de altruísmo eu quero manter.

                   E as segundas são legais. Eu fico com bolhas nos dedos por tocar forte demais no domingo. (Ao que parecem os anjos são um pouco surdos". E fico tocando celo até o braço doer porque não sei segurar o arco direito. Depois de tantos anos é engraçado tentar tocar um instrumento novo e não conseguir. O nome dele é Lourenço. O Frei com planos mirabolantes amigo dos capuletto e dos Montechios. E segue a minha sina em não me identificar com os personagens principais. Meu arquétipo é outro.

Y ya vez, la noche se hace larga.. mi vida tiene un carma: cantar, sempre cantar."

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