sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Milongueando uns troços

        Quando o Barão me chama pra cerveja e janta as 23h, eu sempre acho normal. Temos um imenso histórico de madrugadas de trabalho, resenha e filosofia. E chegou um ponto que marcamos um café as 2h da manhã  com a mesma naturalidade que as pessoas normais marcam cafés no fim da tarde. E dessa vez a pauta era certa, o show do Pink Floyd da véspera. Porque o tio David é o coração da banda. E, com todo respeito, nem o muro nem o Roger Watters fizeram falta. 

            Quando o Barão abriu a porta a gente se olhou nos olhos e sorriu. O mesmo brilho diferente em ambos. Eu confirmei minha teoria que nenhum músico seria o mesmo depois de assistir aquele amável senhor inglês. E falamos do show como músicos, como fãs e como pessoas. Eu fico admirado desse poder que a música e só a música tem. A mágica de fazer um estádio inteiro cantar. A humildade de um gigante. A paz de espírito e a satisfação de 50 mil pessoas.

            Mas claro que a conversa foi além. Aniversário do Beethoven. Toca a 5ª sinfonia- só os riffs - e Moonlight Sonata. Não sei bem como chegamos na comparação entre mitologia e música. A dualidade que permeia todos os arquétipos. A mesma entre tensão e repouso do sistema tonal. E o cérebro da gente é tonal, como bem se sabe. Dualidade entre a simplificação de tudo e a relação espiritual que temos com a música. Pessoas, notas, coisas, fatos, acordes, histórias. 

            2015 tá se puxando nessa finaleira. Vamos que ainda tem mais.


           

              E, por Deus, como eu senti falta das nossas conversas.

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