quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Vamo lá produções

       De dentro de uma lancheria sai um cara com uma chapéu gigante de cowboy e uma fivela de uns 10 cm de diâmetro. Ato contínuo, procurei com os olhos um cavalo amarrado. A figura em questão  só podia estar de "a cavalo". Bom, ele não tinha um cavalo, mas tinha uma Brasília. E saiu acelerando a brasília. E o motor da brasília ecoou pela rua tal qual um relincho. O que é pra ser, é pra ser.

      Acabei num hotel estranho. De novo. Tem piscina e atendentes que desaparecem, mas os traumas anteriores continuam me deixando com o pé atrás. Uma das lições que essas viagens me ensinaram foi que um lugar chamado de "pousada" normalmente possui algum defeito estrutural que fode a estadia.  A pousada que estou agora possui um zumbi que fica andando a noite inteira batendo portas. Pelo menos essa foi a melhor explicação que encontrei pro barulho e para as vozes das madrugadas. E nada de ar condicionado. Dormir com ventilador ligado fez meu corpo lembrar das noites que passei em porto alegre. E minha cabeça dormir inquieta. 



        Antes de chegar aqui passei em Campinas pra tomar um starbucks e pra tentar encontrar uma amiga minha desde sempre que eu chamo de uruguaia. O mundo me deu algumas pessoas que estragam meu dia quando falam comigo, mas em compensação também me deu pessoas que eu olho e sem perceber estou sorrindo. A uruguaia está nesse segundo grupo. Mas, ao que parece, é minha sina perder pros tcc's

        Tiro algumas lições de profissionalismo dessa semana. Uma delas vem do chefe que resolveu aparecer pra dar um conferes no andamento do projeto. Depois de uma brincadeira ele soltou a resposta sem hesitar. "Pode falar mal, desde que trabalhe bem". A outra vem do churrasqueiro Jedi - que também faz uma massa com bacon excelente: "Não cria um problema pros outros quando for resolver um problema teu." Outra coisa que vejo nitidamente é que existe uma diferença gritante entre querer estar certo e querer convencer os outros que vc está certo.

      A peça dos bonecos da manhã tinha sido um caos, um monte de crianças mal educadas gritando e várias professoras tendo a vida sugada pelo whatsapp sem organizar nada. Ainda assim chegamos ao fim sem maiores problemas além de uma irritação que se refletiu em toda equipe. Durante a tarde, outras crianças e outras professoras na platéia, mas o cenário era o mesmo da manhã. Faltavam 5 minutos pra começar e eu vi um palhaço em cima do palco, sem máscara, sem personagem, sem nenhum boneco na mão. Só o sorriso. Fui correndo pra mesa de som porque alguma coisa me dizia que o espetáculo já tinha começado. E ele falou sério, na terceira ou quarta palavra ele já tinha a atenção da praça inteira. Eu adoro esses raros momentos em que os palhaços falam sério.  Tratou as crianças como inteligentes e não como retardadas. E elas se aquietaram como que por encanto.



"E tem a razão dos inteligentes, não fala tudo que sente mas aprende palavrão" 

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